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Cardiologia2 setembro 2024

ESC 2024: Novo dispositivo para tratamento de doença coronária? 

Estudo avaliou a segurança e eficácia do bioadaptador comparado ao stent farmacológico em 2400 pacientes entre 18 e 85 anos

No último dia do ESC 2024 foi apresentado um trabalho bastante interessante que utilizou um bioadaptador no lugar do stent farmacológico para tratamento percutâneo da doença coronária, o estudo INFINITY SWEDEHEART. 

Sabemos que o tratamento de doença coronária com uso de stent farmacológico é altamente efetivo, porém os eventos adversos persistem em uma taxa de 2-3% ao ano após o primeiro ano e é semelhante entre stent convencional e farmacológicos de 1ª e de 2ª geração. Nesse contexto foram testadas outras tecnologias, como os stents bioabsorvíveis, que falharam em melhorar esses desfechos. 

Alguns estudos então avaliaram a utilização de um bioadaptador, que tem as mesmas qualidades do stent farmacológico e agrega uma tecnologia que possibilita a abertura do dispositivo após a reabsorção do polímero que o envolve e isso ocorre em seis meses. Há aumento da capacidade de restaurar a viabilidade da artéria, com manutenção de seu fluxo e restauração de sua modulação hemodinâmica e, ao longo do tempo, há melhora da sua pulsatilidade, complacência e fluxo coronário.  

Assim, no período inicial de seis meses ele funciona de forma muito semelhante ao stent, porém após parece ter alguns benefícios e a ocorrência de eventos não aumenta como nos stents farmacológicos, mas se mantém num platô.  

ESC 2024: Novo dispositivo para tratamento de doença coronária? 

Imagem de freepik

Metodologia 

Esse novo estudo foi feito com objetivo de avaliar a segurança e eficácia do bioadaptador comparado ao stent farmacológico em uma população maior, mais representativa do dia a dia. 

Foi estudo randomizado, realizado na Suécia, que incluiu 2400 pacientes entre 18 e 85 anos que tinham indicação de intervenção coronária percutânea (ICP) para doença coronária crônica ou síndrome coronariana aguda (SCA). Deveria haver pré dilatação adequada e um máximo de três lesões para serem tratadas.  

O desfecho primário era taxa de falha da lesão alvo (TFLA), definido como morte cardiovascular, infarto do miocárdio associado a lesão alvo e necessidade de revascularização da lesão alvo guiada por isquemia em um ano.  

Os pacientes tinham idade média de 68 anos, 24% eram do sexo feminino, 77% dos pacientes tiveram SCA. No seguimento de um ano, a ocorrência de TFLA foi ed 2,35% no grupo bioadaptador e 2,77% no grupo stent farmacológico com p < 0,001 para não inferioridade.   

Considerações finais 

Após seis meses, ocorreu um platô na ocorrência de eventos enquanto no grupo stent a taxa de eventos seguiu aumentando. Essa diferença foi significativa para superioridade do bioadaptador, que levou a menos morte cardiovascular, infarto e revascularização guiada por isquemia. 

Esse é o maior estudo randomizado que avaliou este dispositivo e confirmou a baixa ocorrência de eventos de forma consistente comparado ao stent farmacológico em um grande número de pacientes.  

Confira todos os destaques do ESC 2024!  

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