Pacientes com forame oval patente estão sob risco de AVC isquêmico por embolia paradoxal. As principais diretrizes indicam anticoagulação ao invés de antiagregação plaquetária para evitar AVCs recorrentes em pacientes onde o fechamento do forame oval não for elegível ou enquanto se espera por esse tratamento. Uma análise de subgrupo do estudo RE-SPECT ESUS que foi randomizado para receber aspirina e dabigatrana em pacientes com AVC apresentou os seguintes dados.
Leia também: Quando indicar fechamento de FOP no paciente com AVC?
Características dos pacientes
Os pacientes tinham 60 anos ou mais, o que possuíam de 18 a 59 anos tinha um risco adicional para AVC, incluindo a presença de um forame oval sem uma oclusão planejada. A presença do forame oval foi diagnosticada através do ecocardiograma.
No grupo da dabigatrana 319 dos 2.694 pacientes tinha forame oval patentes (11,8%). Já no subgrupo da aspirina esse número era de 361 de 2.694 (13,4%). Nessa parcela da população o AVC ocorreu em 2,9% das pessoas utilizando dabigatrana e em 3,2% das pessoas utilizando aspirina apresentando um risco relativo de 0,88 (intervalo de confiança de 95%, 0,45-1,71). A incidência de sangramentos maiores foi muito baixa nos dois subgrupos.
Conclusão
Por fim essa análise de subgrupo mostrou não haver diferença da incidência de AVC com o uso de aspirina ou dabigatrana nos pacientes com forame oval patente. Em todo o estudo os pacientes que utilizaram dabigatrana tiveram maior incidência de sangramento maior o que mostra que o uso da aspirina seria tão eficaz e mais seguro nessa população de pacientes.
Referências bibliográficas:
- Diener HC, Chutinet A, Easton JD, et al. Dabigatran or Aspirin After Embolic Stroke of Undetermined Source in Patients With Patent Foramen Ovale: Results From RE-SPECT ESUS. Stroke. 2021 Jan 28;STROKEAHA120031237. doi: 10.1161/STROKEAHA.120.031237.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.