Durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia (CBC 2024), tivemos o lançamento de mais uma diretriz, dessa vez sobre tomografia (TC) e ressonância magnética (RM) cardiovascular. A seguir destacamos os principais pontos.
TC de coronárias na prática clínica
As novas diretrizes ampliaram seu uso na pesquisa de doença arterial coronariana obstrutiva?
O assunto inicial foi a angioTC coronárias. O palestrante destacou algumas vantagens do exame:
- Alto valor preditivo negativo;
- Alta acurácia para avaliação de enxerto;
- Boa acurácia para avaliação de stent (se stent >3mm);
- Com a evolução da tecnologia, hoje existem menos segmentos não avaliáveis;
- Menor dose de radiação e menor volume de contraste.
Depois, destacou aspectos morfológicos, que podem ser vistos pelo método e que têm relação importante com placa vulnerável e isquemia (mesmo em lesões não obstrutivas):
- Remodelamento positivo;
- Áreas de hipoatenuação;
- Aspecto de anel de guardanapo.
Foi mantida indicação IA na avaliação de pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda de risco baixo ou intermediário e ECG não diagnóstico com marcadores de necrose sem curva característica de infarto.
Foi dado destaque à possibilidade de avaliação funcional pela TC, por meio da avaliação da passagem do contraste iodado no miocárdio sob ação de estresse farmacológico vasodilatador. Tem indicação IA como alternativa a outros métodos de avaliação funcional.
Veja também: ESC 2024: As mudanças na diretriz europeia de síndromes coronarianas crônicas
Conclusões
A angiotomografia de coronárias está, atualmente, mais disponível e com tecnologia mais desenvolvida. Além disso, as evidências acerca da efetividade do método têm crescido e, assim, a angioTC ganhou espaço nas principais diretrizes.
As indicações centrais permanecem as mesmas, agora apenas com evidências mais robustas. Reforçou-se a possibilidade de avaliação funcional por TC.
RM na avaliação inicial das miocardiopatias
A palestra sobre RM também começou destacando a importância do método na diferenciação de fibrose isquêmica ou não isquêmica, além de avaliar padrões específicos como os de amiloidose e sarcoidose.

A diretriz colocou a indicação de RM para todos os pacientes com miocardiopatia como avaliação inicial (grau de recomendação IB).
Além disso, destacou-se os padrões mais comumente encontrados no mapa T1 e padrão de volume extracelular em cada miocardiopatia. Esses padrões auxiliam muito nos diagnósticos diferenciais.

Para diagnóstico e manejo dos pacientes com sobrecarga de ferro, assim como para investigação de patologias por depósito, a solicitação de RM tem recomendação IA.
Recomendação também IA na cardiomiopatia hipertrófica em duas situações: Para investigação no caso de ecocardiograma inconclusivo e para pesquisa de fibrose na estratificação de risco de morte súbita.
Esses foram os destaques da palestra, mas a diretriz completa tem 100 páginas e é muito prática e objetiva. Não deixe de conferir!
Veja todos os destaques do CBC 2024!
Autoria

Juliana Avelar
Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
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