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Cardiologia22 setembro 2024

CBC 2024: Diretriz brasileira tomografia e ressonância magnética cardiovascular

Entre os destaques da diretriz, temos a angiotomografia de coronárias e a ressonância magnética na avaliação de miocardiopatia.
Por Juliana Avelar

Durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia (CBC 2024), tivemos o lançamento de mais uma diretriz, dessa vez sobre tomografia (TC) e ressonância magnética (RM) cardiovascular. A seguir destacamos os principais pontos.

diretriz brasileira de RM cardíaca

TC de coronárias na prática clínica

As novas diretrizes ampliaram seu uso na pesquisa de doença arterial coronariana obstrutiva?

O assunto inicial foi a angioTC coronárias. O palestrante destacou algumas vantagens do exame:

  • Alto valor preditivo negativo;
  • Alta acurácia para avaliação de enxerto;
  • Boa acurácia para avaliação de stent (se stent >3mm);
  • Com a evolução da tecnologia, hoje existem menos segmentos não avaliáveis;
  • Menor dose de radiação e menor volume de contraste.

Depois, destacou aspectos morfológicos, que podem ser vistos pelo método e que têm relação importante com placa vulnerável e isquemia (mesmo em lesões não obstrutivas):

  • Remodelamento positivo;
  • Áreas de hipoatenuação;
  • Aspecto de anel de guardanapo.

Foi mantida indicação IA na avaliação de pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda de risco baixo ou intermediário e ECG não diagnóstico com marcadores de necrose sem curva característica de infarto.

Foi dado destaque à possibilidade de avaliação funcional pela TC, por meio da avaliação da passagem do contraste iodado no miocárdio sob ação de estresse farmacológico vasodilatador. Tem indicação IA como alternativa a outros métodos de avaliação funcional.

Veja também: ESC 2024: As mudanças na diretriz europeia de síndromes coronarianas crônicas

Conclusões

A angiotomografia de coronárias está, atualmente, mais disponível e com tecnologia mais desenvolvida. Além disso, as evidências acerca da efetividade do método têm crescido e, assim, a angioTC ganhou espaço nas principais diretrizes.

As indicações centrais permanecem as mesmas, agora apenas com evidências mais robustas. Reforçou-se a possibilidade de avaliação funcional por TC.

RM na avaliação inicial das miocardiopatias

A palestra sobre RM também começou destacando a importância do método na diferenciação de fibrose isquêmica ou não isquêmica, além de avaliar padrões específicos como os de amiloidose e sarcoidose.

Figura 1: – Padrões de fibrose miocárdica identificados pela ressonância magnética e correlação com as diferentes cardiomiopatias / Reprodução – DOI: 10.36660/abc.20240608

A diretriz colocou a indicação de RM para todos os pacientes com miocardiopatia como avaliação inicial (grau de recomendação IB).

Além disso, destacou-se os padrões mais comumente encontrados no mapa T1 e padrão de volume extracelular em cada miocardiopatia. Esses padrões auxiliam muito nos diagnósticos diferenciais.

Tabela 1: Padrões mais comumente encontrados de mapa T1 e volume extracelular (VEC) nas miocardiopatias. / Reprodução DOI: 10.36660/abc.20240608

Para diagnóstico e manejo dos pacientes com sobrecarga de ferro, assim como para investigação de patologias por depósito, a solicitação de RM tem recomendação IA.

Recomendação também IA na cardiomiopatia hipertrófica em duas situações: Para investigação no caso de ecocardiograma inconclusivo e para pesquisa de fibrose na estratificação de risco de morte súbita.

Esses foram os destaques da palestra, mas a diretriz completa tem 100 páginas e é muito prática e objetiva. Não deixe de conferir!

Veja todos os destaques do CBC 2024!

Autoria

Foto de Juliana Avelar

Juliana Avelar

Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

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Referências bibliográficas

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