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Cardiologia10 outubro 2024

Bloqueadores dos canais de cálcio na prevenção de AVC em pacientes hipertensos

Opção eficaz que, combinada com benefícios na recuperação cognitiva, os torna uma escolha atraente para o manejo da hipertensão e prevenção do AVC.

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mantecorp Farmasa de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

Introdução

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o fator de risco mais significativo e modificável para o seu desenvolvimento. A gestão eficaz da HAS é determinante na redução da incidência de AVC isquêmico e hemorrágico. Este artigo explora os potenciais preventivos dos bloqueadores dos canais de cálcio (BCCs) na redução do AVC em pacientes hipertensos.

Fisiopatologia da hipertensão e do AVC

A hipertensão contribui para o AVC por diversos mecanismos, incluindo a promoção da aterosclerose, aumento da rigidez arterial e indução de doenças de pequenos vasos. A pressão arterial elevada crônica danifica o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos, levando à formação de placas ateroscleróticas que podem obstruir as artérias cerebrais ou se desprender para causar eventos embólicos. Além disso, a hipertensão está associada à ruptura de microaneurismas em pequenas artérias cerebrais, resultando em AVC hemorrágico.1

Ação dos bloqueadores dos canais de cálcio

Ao promover a inibição da entrada de íons cálcio pelos canais de cálcio do tipo L nas células musculares lisas vasculares, levando à vasodilatação e à diminuição da resistência periférica, os BCCs reduzem a pressão arterial. São divididos em dois subgrupos: diidropiridinas (como anlodipino e nifedipino) e não-diidropiridinas (como verapamil e diltiazem). As diidropiridinas são geralmente preferidas para o tratamento da hipertensão devido à sua maior seletividade para os vasos sanguíneos, resultando em menos efeitos adversos cardíacos.2

BCCs na prevenção de AVC

Uma meta-análise abrangente avaliou os efeitos dos betabloqueadores do canal do cálcio na prevenção de AVC em pacientes hipertensos.2 O estudo examinou dados de 31 ensaios clínicos randomizados com 273.543 participantes, com resultados significativos sobre a redução de incidência de AVC em comparação ao placebo (OR = 0,68, IC 95% 0,61-0,75), betabloqueadores combinados com diuréticos (OR = 0,89, IC 95% 0,83-0,95) e betabloqueadores isolados (OR = 0,79, IC 95% 0,72-0,87). No entanto, não foi observada diferença significativa ao comparar os BCCs com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou diuréticos.2

A revisão da Cochrane comparou a eficácia e a segurança dos BCCs com outros medicamentos anti-hipertensivos, concluindo que os BCCs foram mais eficazes do que os betabloqueadores no que tange o risco de AVC e a mortalidade cardiovascular.3 No entanto, ao serem comparados com os diuréticos (IECAs ou bloqueadores dos receptores de angiotensina II), os BCCs apresentaram aumento do risco de insuficiência cardíaca congestiva.3 Por essa razão, os BCCs devem ser usados com cautela na população de pacientes com insuficiência cardíaca.

Um estudo clínico multicêntrico avaliou a eficácia e a segurança do besilato de levanlodipino no tratamento de hipertensão essencial leve a moderada.4 E incluiu 500 pacientes e comparou levanlodipino (2,5-5 mg/dia) com nifedipino de liberação prolongada (30-60 mg/dia). Os resultados mostraram que a levanlodipino foi tão eficaz quanto a nifedipino na redução da pressão arterial, com menos reações adversas relatadas no grupo do levanlodipino. Esse estudo destaca a segurança do levanlodipino em comparação com outras opções de tratamento.4 Entre os efeitos observados, os pacientes tratados com levanlodipino relataram menor ocorrência de edema periférico, cefaleia e rubor facial em comparação com os tratados com nifedipino.

A escolha da terapia anti-hipertensiva pode precisar ser ajustada com base na fisiopatologia do AVC. Os BCCs são eficazes na prevenção primária para prevenção de AVC em pacientes com fibrilação atrial não valvular (FANV), mas seu papel na prevenção secundária é menos claro.4 É crucial que a seleção de medicamentos anti-hipertensivos seja cuidadosa e definida com base nos perfis dos pacientes e subtipos de AVC.5

Os BCCs também podem oferecer benefícios na recuperação da função cognitiva pós-AVC. O estudo conduzido por Feng et al (2021) revelou que o tratamento com BCCs reduziu de maneira significativa a recorrência de AVC e melhorou a função cognitiva, conforme medido pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e pela Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA). Isso sugere que os BCCs não apenas previnem o AVC, mas também auxiliam na recuperação cognitiva, contribuindo para uma melhora determinante da qualidade de vida dos sobreviventes de AVC.1

Outras classes de anti-hipertensivos

A eficácia dos BCCs na prevenção de AVC tem sido comparada com outras classes de anti-hipertensivos em diversos estudos. Por exemplo, uma revisão sistemática revelou que os BCCs são mais eficazes do que os betabloqueadores na redução do risco de AVC e da mortalidade cardiovascular. No entanto, os BCCs apresentaram aumento no risco de insuficiência cardíaca congestiva em comparação com diuréticos, IECAs e BRAs.3

Adicionalmente, um estudo1 destacou que, embora os BCCs sejam eficazes na redução da pressão arterial diastólica e na prevenção de recorrência de AVC, eles não demonstraram redução significativa na pressão arterial sistólica quando comparados a outros anti-hipertensivos.1 Esses achados indicam que a escolha do medicamento deve considerar o perfil individual do paciente e suas comorbidades.

Conclusão

Os bloqueadores dos canais de cálcio são uma opção valiosa no arsenal anti-hipertensivo para prevenção de AVC. Sua eficácia na redução de sua incidência, combinada com benefícios na recuperação cognitiva, torna-os uma escolha atraente para o manejo da hipertensão e prevenção do AVC. No entanto, o risco de insuficiência cardíaca requer vigilância, e mais pesquisas são necessárias para otimizar seu uso na prática clínica. Estratégias de tratamento personalizadas baseadas em fatores de risco de cada paciente e nos subtipos de AVC serão relevantes para maximizar os benefícios dos BCCs na prevenção de AVC.

 

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Referências bibliográficas

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