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Os betabloqueadores são amplamente utilizados para tratar pacientes com doenças cardíacas como hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmia, entre outras. Eles agem na diminuição da frequência cardíaca e a contratilidade, levando à redução da angina e da demanda de oxigênio, além da melhora no limiar isquêmico.
Embora o uso seja comum, os efeitos adversos destes fármacos ainda são objetos de estudo devido a algumas particularidades do medicamento. A administração de betabloqueadores deve ser cuidadosa, principalmente em indivíduos acometidos por infarto agudo do miocárdio (IAM), os diabéticos e idosos após sofrerem IAM.
Estudos sobre betabloqueadores na gestação
Em gestantes, os fármacos eram associados à má-formação congênita, porém uma pesquisa realizada recentemente testou a segurança destes medicamentos na gestação. No entanto, a pesquisa não descartou definitivamente a possibilidade de defeitos congênitos fetais. Todavia, um novo estudo de metanálise investigou os possíveis efeitos nocivos dos betabloqueadores nos três primeiros meses da gravidez.
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O estudo de coorte analisou o banco de dados de cinco centros nórdicos e um americano que contribuíram com informações coletadas em diversos períodos (Dinamarca, 1997 a 2010; Finlândia, 1996 a 2006; Islândia, 2003 a 2007; Noruega, 2005 a 2010; Suécia, 2006 a 2010; e Estados Unidos, 2000 a 2010). A pesquisa contou com o total de 18.477 gestantes diagnosticadas com hipertensão. Destas, 2350 foram expostas a betabloqueadores no primeiro trimestre. Os pesquisadores compararam os resultados com as participantes que não foram medicadas com betabloqueadores.
Resultados
O risco relativo (RR) e a diferença por 1000 pessoas expostas (RD1000) associados aos betabloqueadores foram 1,07 (IC 95%, [0,89 a 1,30]) e 3,0 (IC 95%, [−6,6 a 12,6]) respectivamente para qualquer tipo de má-formação.
Para má-formação cardíaca, o risco relativo foi de 1,12 ( IC 95% [0,83 a 1,51]) e o índice RD1000 ficou em 2,1 (IC 95% [-4,3 a 8,4]). Para problemas no sistema nervoso central dos recém-nascidos, o risco foi de 1,37 (IC 95%, [0,58 a 3,25) e a diferença por 1000 pessoas expostas foi 1,0 (IC 95% [−2,0 a 4,0).
O novo estudo não constatou associação direta entre a ação de bloqueadores e o nascimento de bebês com má-formação congênita.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências:
- Bateman BT, Heide-Jørgensen U, Einarsdóttir K, Engeland A, Furu K, Gissler M, et al. β-Blocker Use in Pregnancy and the Risk for Congenital Malformations: An International Cohort Study. Ann Intern Med. [Epub ahead of print ] doi: 10.7326/M18-0338
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