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Cardiologia11 setembro 2024

Atualização das diretrizes de dislipidemia: uma visão global

Diretrizes internacionais, uso de estatinas e terapias adicionais para prevenção de doenças cardiovasculares.

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mantecorp Farmasa de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

A dislipidemia é um dos maiores fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), que são a principal causa de mortalidade globalmente. A gestão adequada da dislipidemia é crucial para reduzir a incidência de eventos cardiovasculares, incluindo infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.1

As diretrizes para a gestão da dislipidemia variam nas diferentes regiões do mundo, refletindo abordagens adaptadas às populações específicas.

Diretrizes internacionais

Nos Estados Unidos, a American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) recomenda o uso de estatinas como terapia de primeira linha para pacientes com risco elevado de DCV. As diretrizes utilizam as equações de risco de coorte ACC/AHA para estimar o risco de eventos cardiovasculares em 10 anos. Indivíduos com risco igual ou superior a 7,5% são candidatos a terapia com estatinas.1

No Canadá, a Canadian Cardiovascular Society (CCS) recomenda a utilização de estatinas e o rastreamento de lipoproteína(a) [Lp(a)]. A medição única de Lp(a) é recomendada no rastreamento inicial. Pacientes com níveis elevados de Lp(a) (igual ou superior a 50 mg/dL) requerem gestão intensiva dos fatores de risco.2

Na Europa, a European Society of Cardiology/European Atherosclerosis Society (ESC/EAS) recomenda o uso de estatinas baseado na avaliação do risco global do paciente. As diretrizes utilizam o Systematic Coronary Risk Evaluation (SCORE) para calcular o risco de eventos cardiovasculares fatais em 10 anos. O foco é a redução dos níveis de LDL-C para metas específicas, dependendo do risco do paciente.3

Terapias adicionais

A adição de ezetimiba às estatinas também mostrou uma redução adicional de 20% no LDL-C em pacientes de alto risco. O estudo IMPROVE-IT demonstrou que a combinação de sinvastatina e ezetimiba reduziu eventos cardiovasculares em 17% em comparação quando comparada à sinvastatina isolada.4 Estudos recentes têm mostrado que, além das estatinas, outras terapias podem ser eficazes na redução do risco cardiovascular. O estudo FOURIER demonstrou que o evolocumabe, um inibidor de PCSK9, em associação à estatina reduziu eventos cardiovasculares em pacientes com DCV estabelecida e níveis elevados de LDL-C, com uma diminuição relativa do risco de 15%.5 Similarmente, o estudo REDUCE-IT mostrou que o icosapent etil, também associado às estatinas, reduziu eventos cardiovasculares maiores em 25% em comparação ao placebo.6

Monitoramento e segurança

O monitoramento regular dos perfis lipídicos é essencial para a gestão eficaz da dislipidemia. As diretrizes recomendam o monitoramento de 4 a 12 semanas após o início da terapia e, subsequentemente, a cada 3 a 12 meses. A monitorização de enzimas hepáticas e creatinofosfoquinase (CPK) é crucial para detectar possíveis efeitos adversos da terapia com estatinas. Níveis elevados de transaminases (mais de 3 vezes o limite superior do normal) ou de CPK (mais de 5 vezes o limite superior do normal) indicam a necessidade de ajustes na terapia.2 A combinação de estatinas com ezetimiba é frequentemente utilizada para atingir metas de LDL-C quando a monoterapia com estatinas não é suficiente.7

Eficácia e segurança do ezetimiba na gestão da dislipidemia

A monoterapia com ezetimiba (10 mg/dia) por 12 semanas resultou em uma redução média de LDL-C de 18,58%     . Além disso, a combinação de ezetimiba com estatinas resultou em uma redução adicional de 21-27% nos níveis de LDL-C, em comparação com a terapia apenas com estatinas.7    

O ezetimiba mostrou efeitos pleiotrópicos, incluindo a redução da espessura da camada íntima média carotídea (CIMT) e a estabilização de placas ateroscleróticas. No estudo PRECISE-IVUS, a combinação de ezetimiba com atorvastatina mostrou uma regressão da aterosclerose coronariana em pacientes com alto risco de DCV. Em termos de efeito anti-inflamatório, o tratamento combinado de ezetimiba e estatinas resultou em uma redução significativa nos níveis de proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCRus) (hsCRP), um marcador de inflamação cardiovascular.8

Além da eficácia já citada nos estudos, a análise de segurança mostrou que o ezetimiba é bem tolerado, com uma incidência muito rara de elevações significativas de CPK e transaminases séricas     . Em um estudo de análise combinada de 17 ensaios clínicos randomizados envolvendo 4.558 pacientes, não houve aumento significativo nos eventos adversos musculares com a terapia combinada de ezetimiba e estatinas.7

Modificações do estilo de vida

A modificação do estilo de vida é uma pedra angular na gestão da dislipidemia. A cessação do tabagismo, a adoção de uma dieta saudável, como a mediterrânea, e a prática regular de atividade física são fortemente recomendadas. A redução do comportamento sedentário é particularmente importante na prevenção secundária de eventos cardiovasculares. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana, juntamente com atividades de fortalecimento muscular pelo menos dois dias por semana.3

Conclusão

A gestão da dislipidemia é fundamental para a prevenção de DCV. As diretrizes internacionais, embora variem em alguns aspectos, compartilham um consenso sobre a importância das estatinas como terapia de primeira linha, o papel crucial do monitoramento regular e a necessidade de uma abordagem centrada no paciente, incorporando modificações no estilo de vida e terapias farmacológicas para otimizar os resultados clínicos. O uso de terapias adicionais, como o ezetimiba, pode ser necessário para alcançar as metas de LDL-C e melhorar os desfechos cardiovasculares.7

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Referências bibliográficas

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