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Cardiologia13 fevereiro 2023

Aspirina ou heparina de baixo peso molecular na prevenção de trombo pós-fratura?

Um estudo incluiu pacientes com mais de 18 anos que sofreram fraturas pélvicas e dos membros inferiores ou superiores.

Por Rafael Erthal

Diretrizes recomendam o uso de heparina de baixo peso molecular para prevenção de eventos tromboembólicos em pacientes com fraturas, mas estudos comparativos com a aspirina ainda são escassos. 

Um estudo prospectivo randomizado foi publicado em janeiro de 2023 na revista científica The New England Journal of Medicine. Trata-se de um estudo de não inferioridade incluindo pacientes com mais de 18 anos que sofreram fraturas pélvicas e dos membros inferiores ou superiores.  

heparina

Métodos 

Os pacientes foram designados aleatoriamente para receber 30 mg de heparina de baixo peso molecular, duas vezes ao dia (enoxaparina) ou aspirina 81mg duas vezes ao dia com tempo de uso de acordo com os protocolos hospitalares das unidades de atendimento participantes. O desfecho primário avaliado foi morte por qualquer causa em 90 dias. Desfechos secundários incluíram embolia pulmonar não fatal, trombose e complicações hemorrágicas. 

Um total de 12.211 pacientes foram designados para receber aspirina (6.101) ou heparina (6.110). A idade média dos pacientes foi 44,6 ± 17,8 anos, 0,7% apresentavam história prévia de trombose e 2,5% possuíam histórico de câncer.  

Resultados 

Durante a internação, os pacientes utilizaram uma média de 8,8 ± 10,6 doses de medicação para trombo profilaxia e receberam alta com prescrição de medicação para profilaxia por cerca de 21 dias. A morte ocorreu em 47 pacientes (0,78%) no grupo da aspirina e 45 (0,73%) no grupo da heparina (diferença 0,05 pp; IC 96,2%, -0,27 a 0,38; p <0,001). A trombose venosa profunda ocorreu 2,51% dos participantes no grupo da aspirina e 1,71% no grupo da heparina (diferença 0,80 pp; IC 95%, 0,28 a 1,31). A incidência de embolia pulmonar (1,49% em ambos os grupos) e complicações hemorrágicas foram semelhantes nos dois grupos.

Leia também: Dor neuropática após tratamento cirúrgico de fraturas do rádio distal

Conclusão e mensagem prática 

Os resultados deste estudo sugerem que a prevenção de eventos tromboembólicos com o uso de aspirina não foi inferior ao uso de heparina de baixo peso molecular em pacientes com fraturas de membros ou pélvicas. O uso de aspirina foi associado com baixa incidência de trombose venosa profunda e embolia pulmonar e baixa mortalidade em 90 dias.

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Referências bibliográficas

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