Um documento da American Heart Association revisitou questões que envolvem casos de endocardite por estreptococo viridans. No documento, os autores não mais recomendam a utilização de clindamicina para a profilaxia para pacientes com risco de endocardite, que se submeterão a procedimentos que envolvam bacteremia, a justificativa se baseia em um estudo britânico que relata que a dose única de clindamicina traz diversas complicações, incluindo morte.
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Os casos fatais seriam causados por infecções por Clostridioides difficile, estima-se que cerca de 15% das infecções comunitárias por esse patógeno seriam atribuídas a prescrições de antibióticos para procedimentos dentários.
Sendo assim o uso de clindamicina para profilaxia de endocardite não é mais recomendado.
O documento
Ele ainda cita que anafilaxia fatal com dose única de cefalosporinas é evento raro, além de eventos fatais com uma dose única de macrolídeos serem extremamente raros. A azitromicina deve ser utilizada com cautela em doentes com intervalo QT prolongado (Qtc >450ms).
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Por último, o documento relata que a maioria das alergias referidas por penicilina são derivadas de testes cutâneos, e que não necessariamente refletem reações sistêmicas. Uma história detalhada deve ser colhida. Na impossibilidade do uso de penicilina, cefalosporina ou macrolídeo a doxiciclina é uma boa opção.
Referência bibliográfica:
- Wilson WR, Gewitz M, Lockhart PB, et al. Prevention of Viridans Group Streptococcal Infective Endocarditis: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation 2021; 143:e963.
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