Em pacientes com síndrome coronariana aguda sem supraST (SCA SSST), existe a recomendação de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) por até um ano após o evento, o que é ainda mais importante quando ocorre angioplastia como parte do tratamento. Por outro lado, a manutenção de DAPT por um período tão longo aumenta o risco de sangramento e da necessidade de interrupções temporárias, como em cirurgias de urgência.
Um estudo apresentado no congresso da American Heart Association (AHA) 2019 avaliou se a monoterapia com um dos inibidores da P2Y12, o ticagrelor, poderia ser tão eficaz quanto DAPT prolongada.
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Ticagrelor na síndrome coronariana aguda
O estudo TWILIGHT-ACS comparou ticagrelor versus ticagrelor+AAS do 3º ao 15º mês após SCA SSST submetidos à angioplastia. Atenção aqui!, a monoterapia foi só após o 3º mês do stent farmacológico, antes é sempre DAPT.
Foram excluídos pacientes multivasculares, lesões de tronco ou lesões muito complexas para angioplastia. A população tinha idade média 64 anos, 35% eram diabéticos e 23-26% fumavam.
Os resultados mostraram que no grupo com monoterapia de ticagrelor houve redução de mais de 50% no risco de sangramento, sem aumentar o risco de eventos trombóticos. Esse resultado é similar a estudos anteriores, o que evidencia a importância da DAPT no período mais crítico pós-stent farmacológico (3-6 meses) e o uso criterioso depois disso.
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