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O congresso AHA 2018, organizado pela American Heart Association, foi realizado recentemente e trouxe algumas novidades e pesquisas na área de cardiologia. Uma delas é um estudo sobre a influência do medicamento sacubitril-valsartana, aprovado pela FDA desde 2015, no tratamento de insuficiência cardíaca aguda. O estudo apresentado no evento verificou a segurança e eficácia do medicamento em pacientes acometidos com a doença.
O estudo multicêntrico, randômico e duplo-cego foi aplicado entre 2016 e 2018 e publicado em novembro no The New England Journal of Medicine. A pesquisa selecionou 881 pacientes, idade média 61 anos, diagnosticados com insuficiência cardíaca aguda provenientes de 129 centros médicos dos Estados Unidos. Do total, 72,1% dos indivíduos eram homens.
Sacubitril-valsartana e Insuficiência cardíaca aguda
Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, o primeiro recebeu sacubitril-valsartana (dose alvo 97 mg de sacubitril com 103 mg valsartana, duas vezes ao dia), e o segundo foi designado para receber enalapril (dose alvo, 10 mg duas vezes ao dia). O tempo de follow up foi de oito semanas.
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O desfecho primário observado foi a mudança proporcional nas concentrações do marcador NT-ProBNP na base até o final da pesquisa. Foram levados em consideração para medir a segurança dos fármacos quesitos como desempenho da função renal, hipotensão sintomática, angioedema e hipercalcemia.
Resultados
O tempo médio de redução no marcador NT-proBNP, que indica o grau de severidade da insuficiência cardíaca, foi significantemente maior no grupo sacubitril-valsartana do que no grupo enalapril. A razão de mudança (ratio of change) foi de 0,53 vs 0,75 (percentual de redução -46,7% vs -25,3). Se comparado o primeiro grupo em relação ao segundo, a taxa ficou em 0,71 (IC 95% [0,63-0,81]; P<0.001)
A maior redução na concentração do marcador NT-proBNP no primeiro grupo se mostrou superior ao segundo logo na primeira semana (ratio of change 0,76; IC 95% [0,69-0,85]).
Não houve diferença significativa nos índices de função renal, hipotensão sintomática, angioedema e hipercalcemia nos dois grupos estudados.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências:
- VELAQUEZ, Eric J. et al.Angiotensin–Neprilysin Inhibition in Acute Decompensated Heart Failure. The New England Journal of Medicine. November 11, 2018 DOI: 10.1056/
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