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Cardiologia6 abril 2024

ACC 2024: Estudo EMPACT-MI avalia se há benefício de iSGLT2 pós-infarto

Foi um estudo internacional, duplo cego, randomizado e placebo controlado. Veja mais detalhes sobre o estudo.

Após a ocorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM) há maior risco de insuficiência cardíaca (IC) e morte, principalmente se houve congestão ou fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) reduzida no início do quadro. 

Os iSGLT2 tem benefício cardiovascular nos pacientes com diabetes de alto risco, doença renal crônica (DRC) e IC com fração de ejeção reduzida ou preservada e já foram avaliados no contexto de IAM. Porém, estes estudos tiveram algumas limitações, sendo feito então o EMPACT-MI, apresentado no congresso do American College of Cardiology (ACC 2024).

ACC 2024: Confira os destaques do congresso do American College of Cardiology

Métodos do estudo e população envolvida

Foi um estudo internacional, duplo cego, randomizado e placebo controlado. Os pacientes deveriam ter 18 anos ou mais, ter sido internados com IAM nos 14 dias prévios à randomização, ter FEVE < 45% ou sinais e sintomas de congestão com necessidade de tratamento na internação e pelo menos mais um fator de risco que sabidamente aumenta a chance de internação por IC ou morte por qualquer causa.  

Diagnóstico prévio de IC, doença valvar, hipotensão ou choque cardiogênico, uso de iSGLT2, diabetes tipo 1 e taxa de filtração glomerular < 20mL/min/1,73m2 eram critérios de exclusão. 

Os pacientes eram randomizados para receber empagliflozina 10mg diariamente ou placebo junto ao tratamento padrão e o desfecho primário era composto por internação por IC ou morte por qualquer causa. 

Resultados 

Foram randomizados 6.522 pacientes de 22 países, sendo 3.260 para o grupo intervenção e 3.262 para o grupo placebo. A mediana de tempo para a randomização foi cinco dias e os grupos eram semelhantes entre si.  

Do total, a maioria era homem (75%) com 65 anos ou mais, internado por IAM com supra de ST (74,3%). Revascularização foi realizada na mesma internação em 89,3%, 78,4% tinham FEVE < 45% e 57% tinham sinais ou sintomas de congestão (desses, 20,6% tinham FEVE ≥ 45%). Os fatores de risco mais comuns eram idade > 65 anos, diabetes tipo 2 e doença coronária triarterial.  

O seguimento médio foi de 17,9 anos e o desfecho primário ocorreu em 8,2% do grupo intervenção e 9,1% do grupo placebo, sem diferença estatística. Nos desfechos secundários, parece que empagliflozina reduziu o tempo para ocorrência do primeiro episódio de IC o número total de internações por IC. Esses resultados foram consistentes na análise de subgrupos. 

Comentários e conclusão 

Nesse estudo, empagliflozina não levou a menor risco de ocorrência de eventos comparado a placebo em pacientes com IAM e risco aumentado de IC. Alguns fatores podem ter influenciado.  

Um deles é o desfecho, definido como internação por IC ou morte, sem a inclusão de outros eventos relacionados a IC, que podem ser manejados ambulatorialmente. Ainda, durante o estudo houve a pandemia de covid-19, com queda de internações no geral. Outro ponto importante é que pode ter havido a inclusão de pacientes com miocárdio atordoado, que evoluem com melhora da FEVE após o tratamento.  

Não houve eventos adversos graves ou que resultassem em suspensão da medicação, que parece segura.

Confira o que o foi sobre esse estudo no canal da Afya CardioPapers no Youtube!

Veja aqui todos os destaques da nossa cobertura do ACC 2024!

Confira também o Instagram e o site da Afya CardioPapers para mais informações sobre a edição deste ano do congresso do American College of Cardiology.

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Referências bibliográficas

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