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Cardiologia3 outubro 2017

AAS deve ser administrado duas vezes ao dia em diabéticos?

Pesquisadores investigaram se pacientes diabéticos podem se beneficiar por uma dose mais frequente de ácido acetilsalicílico (AAS) para prevenção de doenças cardiovasculares.

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Em novo estudo apresentado no encontro anual da European Association for the Study of Diabetes (EASD) 2017, pesquisadores investigaram se pacientes diabéticos podem se beneficiar por uma dose mais frequente (2x/dia) de ácido acetilsalicílico (AAS) para prevenção primária de doenças cardiovasculares.

Quarenta e duas pessoas foram recrutadas para o estudo (idade média de 62 anos; 67% do sexo masculino). Pesquisadores mediram a agregação plaquetária e a contagem de plaquetas imaturas em amostras de sangue de 21 pacientes com diabetes tipo 2 e 21 controles pareados com idade e sexo.

Pacientes no grupo de intervenção tinham diabetes tipo 2 há uma média de 9 anos, eram mais propensos a tomar drogas anti-hipertensivas (76% contra 33%; p = 0,01) e hipolipemiantes (52% vs 5%; p <. 001), e apresentaram uma frequência cardíaca mais alta (68 vs 59 bpm; p = 0,01) do que os indivíduos no grupo de controle.

Veja também: ‘AAS na prevenção primária – recomendações e riscos’

No baseline, pacientes diabéticos apresentaram maiores níveis de agregação plaquetária. Uma hora após a primeira dose de AAS, a agregação plaquetária foi reduzida em ambos os grupos.

Após uma semana de baixa dose de AAS diária, quando um limiar terapêutico de nível sérico de AAS foi alcançado, os níveis de agregação plaquetária uma hora após a ingestão de AAS foram significativamente menores do que após a primeira dose de ácido acetilsalicílico em ambos os grupos. A agregação plaquetária também aumentou entre 1 hora após e 24 horas após os pacientes receberem AAS em ambos os grupos, indicando uma queda em seu efeito antiplaquetário neste intervalo de dose.

Quando os dois grupos foram comparados, pacientes com diabetes tipo 2 apresentaram um maior número de plaquetas imaturas (indicando um maior turnover de plaquetas), sendo estas plaquetas jovens menos afetadas pelo AAS, o que, portanto, revela o potencial benefício de um intervalo menor entre doses. No entanto, vale destacar, que esse resultado não foi estatisticamente significativo (p = 0,09).

Segundo os pesquisadores, os achados sugerem que pacientes com diabetes tipo 2 podem se beneficiar de uma dosagem mais frequente de AAS. No entanto, o regime de ácido acetilsalicílico duas vezes por dia ainda não foi testado, e não se sabe se o novo regime traria benefícios em desfechos cardiovasculares. Há uma longa distância entre o biologicamente plausível e o real impacto clínico, e muitos estudos serão necessários até que tenhamos novas recomendações.

E mais: ‘AAS: maior risco de sangramento grave em idosos’

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

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