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Cardiologia6 setembro 2024

5 pilares da insuficiência cardíaca: olhar do clínico

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição de alto risco, sendo o seu prognóstico semelhante ao das doenças oncológicas.
Por Leandro Lima

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição de alto risco, sendo o seu prognóstico semelhante ao das doenças oncológicas. A despeito da disponibilidade atual de terapias eficazes em reduzir a mortalidade, lamentavelmente, persiste a ampla subutilização.  

A terapia quádrupla, destinada à IC com fração de ejeção reduzida (ICFER), abaixo destacada, gera benefícios já com poucos dias ou semanas da introdução.  

Leia mais: Atualizações sobre manejo medicamentoso da insuficiência cardíaca

 

Terapia quádrupla da ICFER 
Quais são as classes recomendadas? 

  • Inibidores do receptor da angiotensina/neprilisina (ARNI);  
  • Beta-bloqueadores (BB); 
  • Antagonistas do receptor mineralocorticoide (MRA); 
  • Inibidores do cotransportador de sódio-glicose do tipo 2 (SGLT2i). 

 

Quais são os seus benefícios? 

  • Ampliação média da sobrevida em 10 anos; 
  • Número necessário para tratar (NNT) de 4. 

  

O tratamento recomendado pelos guidelines (GDRT), portanto, deve ser iniciado o quanto antes, desde que descartadas as contraindicações absolutas. As 4 classes devem ser introduzidas simultaneamente, em doses baixas e com progressão até as doses-alvo em 4 a 6 semanas.  

O dinamismo e segurança desse processo são amparados em retornos precoces, realização de exames seriados (creatinina, NT-pró-BNP e potássio) e adoção dos recursos da telemedicina. 

A internação é um momento ímpar para prescrição da GDMT, pois tem o potencial de ampliar a adesão terapêutica e reduzir a mortalidade pós-alta e a taxa de readmissão hospitalar. A inércia terapêutica, por outro lado, está associada ao risco de que a GDMT jamais seja introduzida ou que se submeta a atrasos substanciais e comprometedores. Dessa forma, não deixe para o ambulatório a introdução de uma terapia comprovadamente eficaz e cujo início urge.  

Veja também: Pacientes com insuficiência cardíaca têm maior incidência de câncer?

Um outro equívoco comum é privar os pacientes mais vulneráveis (idosos, pacientes frágeis e policomórbidos) da GDMT, sendo que, paradoxalmente, são justamente eles os que colhem o seu maior benefício. Certamente, a eficácia, segurança e tolerabilidade da GDMT atende a um amplo espectro de pacientes, devendo-se oportunizá-la extensamente.  

insuficiência cardíaca

Conclusão e Mensagens práticas 

  • A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição de alta prevalência e com mortalidade semelhante a das doenças oncológicas. Apesar da existência de tratamento eficaz, há extensa subutilização. Logo, é fundamental que os clínicos prescrevam as terapias atreladas à melhora da sobrevida de forma rápida (incluindo a oportunidade valiosa da internação), com introdução em simultaneidade e em doses baixas, desde que descartadas contraindicações absolutas, objetivando alcançar a meta terapêutica em 4 a 6 semanas.  
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Referências bibliográficas

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