5 pilares da insuficiência cardíaca: olhar do clínico
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição de alto risco, sendo o seu prognóstico semelhante ao das doenças oncológicas. A despeito da disponibilidade atual de terapias eficazes em reduzir a mortalidade, lamentavelmente, persiste a ampla subutilização.
A terapia quádrupla, destinada à IC com fração de ejeção reduzida (ICFER), abaixo destacada, gera benefícios já com poucos dias ou semanas da introdução.
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Terapia quádrupla da ICFER |
Quais são as classes recomendadas?
Quais são os seus benefícios?
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O tratamento recomendado pelos guidelines (GDRT), portanto, deve ser iniciado o quanto antes, desde que descartadas as contraindicações absolutas. As 4 classes devem ser introduzidas simultaneamente, em doses baixas e com progressão até as doses-alvo em 4 a 6 semanas.
O dinamismo e segurança desse processo são amparados em retornos precoces, realização de exames seriados (creatinina, NT-pró-BNP e potássio) e adoção dos recursos da telemedicina.
A internação é um momento ímpar para prescrição da GDMT, pois tem o potencial de ampliar a adesão terapêutica e reduzir a mortalidade pós-alta e a taxa de readmissão hospitalar. A inércia terapêutica, por outro lado, está associada ao risco de que a GDMT jamais seja introduzida ou que se submeta a atrasos substanciais e comprometedores. Dessa forma, não deixe para o ambulatório a introdução de uma terapia comprovadamente eficaz e cujo início urge.
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Um outro equívoco comum é privar os pacientes mais vulneráveis (idosos, pacientes frágeis e policomórbidos) da GDMT, sendo que, paradoxalmente, são justamente eles os que colhem o seu maior benefício. Certamente, a eficácia, segurança e tolerabilidade da GDMT atende a um amplo espectro de pacientes, devendo-se oportunizá-la extensamente.
Conclusão e Mensagens práticas
- A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição de alta prevalência e com mortalidade semelhante a das doenças oncológicas. Apesar da existência de tratamento eficaz, há extensa subutilização. Logo, é fundamental que os clínicos prescrevam as terapias atreladas à melhora da sobrevida de forma rápida (incluindo a oportunidade valiosa da internação), com introdução em simultaneidade e em doses baixas, desde que descartadas contraindicações absolutas, objetivando alcançar a meta terapêutica em 4 a 6 semanas.
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