A carreira médica é frequentemente descrita como uma jornada árdua e exigente, repleta de desafios que testam os limites físicos, emocionais e intelectuais dos profissionais.
Longas jornadas de trabalho, pressão constante por resultados, lidar com a dor e o sofrimento alheios e a própria autocobrança podem levar à exaustão.
Nesse contexto, a resiliência é frequentemente citada como uma característica crucial para o sucesso e a longevidade na profissão. Mas será que a resiliência é apenas um clichê ou realmente desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento dos médicos?
O que é a resiliência?
Para chegarmos a uma conclusão, precisamos entender melhor este conceito. A resiliência vai além da capacidade de superar desafios.
É a habilidade de crescer e se fortalecer a partir deles. Na prática médica, isso significa aprender com os erros, lidar de forma saudável com as frustrações e saber se adaptar às mudanças constantes e, muitas vezes, abruptas, que a profissão exige.
Essa característica individual reflete em um gerenciamento mais eficaz do estresse e em maior capacidade de adaptação, além de contribuir para prevenção de burnout.
O crescimento na carreira médica não se dá apenas pelo acúmulo de conhecimento técnico, mas também pelo desenvolvimento de habilidades interpessoais e emocionais. A resiliência é a base que permite ao médico enfrentar as adversidades sem perder a humanidade e a empatia, essenciais para a relação médico-paciente.
Além disso, profissionais resilientes são mais propensos a buscar atualização constante e a se adaptar às novas tecnologias e procedimentos, aspectos cruciais para o avanço na carreira.
Desenvolvimento da skill
É importante ressaltar que a resiliência não é um traço inato, mas sim uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo da carreira. Isso envolve desde a formação médica, que deve incluir aspectos de inteligência emocional e manejo do estresse, até a prática de autocuidado e a busca por redes de apoio entre colegas.
Aprender a delegar, estabelecer limites saudáveis e cultivar hobbies fora da medicina são estratégias que contribuem para maior sucesso na busca de atingir um estilo de vida mais resiliente.
Dessa forma, longe de ser um clichê, a resiliência é uma característica essencial para quem busca não apenas sobreviver, mas prosperar na carreira médica e em outros aspectos da vida pessoal.
Portanto, investir no desenvolvimento da resiliência não é apenas benéfico, mas necessário para qualquer médico que aspire a uma carreira saudável.
Autoria

Guilherme Balbi
Médico Reumatologista pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Membro da Comissão de Síndrome Antifosfolípide da SBR. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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