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Carreira24 fevereiro 2025

Oratória e Medicina

A boa oratória do médico pode repercutir no bom relacionamento com o paciente e até mesmo garantir autoridade em palestras e eventos da área

Oratória é a habilidade de falar em público de maneira clara, segura e assertiva. Para que essa aptidão seja desenvolvida, é preciso dominar um conjunto de técnicas e desenvolver habilidades relacionadas à comunicação.

Objetivos do médico ao utilizar técnicas de oratória

Os objetivos dependerão do contexto e do público e vão desde facilitar a compreensão de um tema complexo, por exemplo em um contexto de ensino, até apresentar uma nova ideia ou mobilizar um grupo para a resolução de problemas.

  1. Melhorar a comunicação com os pacientes: facilita o entendimento de suas condições de saúde, tratamentos e instruções médicas;
  2. Aumenta a confiança e empatia: o médico que se comunica bem pode transmitir confiança e empatia, criando um ambiente mais acolhedor e confortável, sendo especialmente importante ao dar notícias difíceis;
  3. Colaboração da equipe: propicia uma comunicação eficaz com os demais profissionais de saúde, garantindo um ambiente de trabalho eficiente;
  4. Eventos e congressos: transmissão eficiente das informações aos demais médicos presentes nos eventos, garantindo autoridade no assunto.

Roteiro de desenvolvimento da oratória

Se você deseja se aperfeiçoar nesse tema, o primeiro passo é criar um roteiro visando a organização de seus objetivos e necessidades técnicas. Abaixo, pontuamos algumas dicas que podem ajudar na organização desse roteiro:

  • Defina seu tema, público e fontes: o ideal é que você tenha segurança, fontes bibliográficas confiáveis e que seja assertivo na escolha do público que irá ouvi-lo;
  • No papel de apresentador: esteja consciente de sua postura, tom de voz, do tipo de discurso mais adequado ao seu perfil e ao perfil do público que irá ouvi-lo. Mitigue comportamentos que denotam nervosismo como fala entrecortada, respiração ofegante, postura tensa ou retraída. Evite pernas e braços cruzados, tiques, e movimentos repetitivos;
  • Seja seu próprio expectador: para adequar sua postura e fala, é importante que se veja no vídeo, perceba vícios de postura e de linguagem, leia o texto em voz alta, perceba onde estão suas dificuldades e corrija-as;
  • Roteiro da narrativa: apresente o problema e convença o público de que se trata de algo importante, estimule a curiosidade sobre o tema. Traga relatos e exemplos da vida real que consigam aproximar o público do tema. Apresente a solução de maneira que a informação contribua para o aprendizado do expectador;
  • O que não fazer: fazer rodeios e não entregar o conteúdo prometido, trazer dados irrelevantes, equivocados e que não sejam baseados em evidências, trazer um assunto muito amplo e confundir o expectador durante a narrativa.

Inspire-se

A definição do tema, escolha do público e elaboração de roteiro são ações importantes, porém não funcionarão se você não estiver motivado para o desafio.

Assistir a oradores inspiradores, procurar por filmes e livros onde a oratória seja uma ferramenta de mudança da realidade ou de construção social e eleger mentores que sejam estimulantes na arte da comunicação tornará sua caminhada mais fácil e prazerosa.

Em minha carreira já tive bons e maus momentos relacionados à oratória. Já palestrei para uma plateia de língua estrangeira em português, acreditando haver tradução simultânea e, ao final, percebi que ninguém havia me entendido; já dei uma aula em um curso e apenas ao final me disseram que meus slides não haviam sido apresentados.

Em outras ocasiões, recebi aplausos e reconhecimento em palestras para milhares de pessoas e ministrei cursos nos quais os alunos me agradeceram por finalmente entenderem um tema complexo e necessário. Independente da experiência, devemos encará-la como situação de aprendizado e incentivo para o aperfeiçoamento.

Autoria

Foto de Juliana Sartorelo

Juliana Sartorelo

Médica formada em 2006 pela UFMG, Residência em Clínica Médica, especialista em Medicina de Emergencia e Toxicologia Médica, titulada pela AMB. Mestra em infectologia e Medicina Tropical. Membro da diretoria da ABRAMEDEMG, presidente do Comitê de Toxicologia da Abramede Nacional. Membro da Comissão de Toxicologia da AMB.

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