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Alergia e Imunologia14 junho 2021

Dietas à base de plantas tem relação com menor chance de desenvolver Covid-19?

Segundo estudo de caso-controle, dietas à base de plantas podem diminuir em 73% as chances de desenvolver quadros graves da Covid-19. Saiba mais.

Por Luciano Lucas

Devido à complexidade do novo coronavírus, algumas lacunas sobre os cenários mais graves de Covid-19 ainda não foram devidamente preenchidas, havendo muitas dúvidas sobre o que pode ou não contribuir para estes casos.

Um estudo de caso-controle, publicado na revista BMJ Nutrition Prevention & Health, apresentou dados preliminares que podem relacionar a alimentação à infecção. Segundo as pesquisas do trabalho, pessoas com dietas baseadas em vegetais podem ter 73% chances menos de desenvolverem quadros graves ao contrair a Covid-19.

Dietas à base de plantas

Metodologia

O estudo contou com a participação de profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus em seis países: França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e EUA. Ao todo, foram 2.884 enfermeiros e médicos que se infectaram com a Covid-19 e responderam a uma pesquisa online de 17 de julho a 25 de setembro de 2020. Os participantes cederam informações como características demográficas, padrões alimentares e gravidade de seus quadros nas infecções por Covid-19.

Do total de 2.884 pessoas, foram analisados 568 casos, onde 138 indivíduos tiveram gravidade de Covid-19 moderada a grave, enquanto 430 indivíduos tiveram gravidade de muito leve a leve.

Resultados

Os participantes que relataram seguir dietas baseadas em vegetais e dietas baseadas em vegetais ou dietas pescatarianas tiveram 73% (OR 0,27, IC de 95% 0,10 a 0,81) e 59% (OR 0,41, IC de 95% 0,17 a 0,99) menor probabilidade de gravidade de Covid-19 moderada a grave, respectivamente, em comparação com outros participantes que não seguem esses tipos de dietas.

Comparando com participantes que relataram no estudo cumprir dietas à base de plantas, os que relataram seguir dietas com baixo teor de carboidratos e alta proteína apresentaram maiores chances de desenvolver sintomas moderados a graves da Covid-19 (OR 3,86, IC 95% 1,13 a 13,24).

Leia também: Inatividade física é fator de risco para a Covid-19 grave

Considerações do estudo

Segundo a pesquisa, participantes que relataram seguir dietas baseadas em vegetais ou vegetarianas tiveram maior ingestão de vegetais, legumes e nozes, tendo menor ingestão de aves e carnes vermelhas e processados. As dietas à base de plantas são ricas em nutrientes, especialmente fitoquímicos, como polifenóis e carotenóides.

A publicação cita estudos anteriores que relatam maior ingestão de fibras, vitaminas A, C e E, folato e minerais, como ferro, potássio e magnésio nestas dietas, além da suplementação de alguns desses nutrientes, especificamente as vitaminas A, C, D e E, diminuindo o risco de infecções respiratórias, como resfriado comum e pneumonia, encurtando a duração dessas doenças. Também é destacada a crença de que esses nutrientes fortaleçam o sistema imunológico, pois desempenham papéis importantes na produção de anticorpos, proliferação de linfócitos e redução do estresse oxidativo.

Por outro lado, vale ressaltar que, por ser um estudo caso-controle, com um grupo pequeno de pessoas e uma metodologia que utiliza autorrelato, são várias as limitações. Os resultados apresentados devem ser considerados como apenas sugestivos e estudos mais robustos devem ser desenvolvidos para entender a relação da alimentação e infecção da Covid-19 de forma mais direta.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referência bibliográfica:

  • Kim H, et al. Plant-based diets, pescatarian diets and COVID-19 severity: a population-based case–control study in six countries. BMJ Nutrition, Prevention & Health. 2021; bmjnph-2021-000272. doi: 10.1136/bmjnph-2021-000272

 

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