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Terapia Intensiva3 fevereiro 2022

Enfermagem: passo a passo da punção venosa periférica

Veja a orientação de como o enfermeiro deve proceder para realizar a punção venosa periférica corretamente e quais materiais deve utilizar.
Por Camila Tenuto

A punção venosa periférica trata-se de um procedimento invasivo comumente realizada por profissionais de enfermagem, sendo muito utilizada na assistência à pacientes submetidos à terapia endovenosa. Consiste na introdução de um cateter venoso na luz de uma veia superficial, de preferência de grande calibre. Confira abaixo mais sobre o procedimento.

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punção venosa periférica

Indicações:

  • Coleta de exame laboratorial;
  • Terapia medicamentosa por via endovenosa.

Contraindicações absolutas:

  • Fístula arteriovenosa;
  • Esvaziamento ganglionar (mastectomia);
  • Veia esclerosada.

Contraindicações relativas:

  • Braço ou mão edemaciados;
  • Comprometimento em membros;
  • Queimaduras ou outras lesões de continuidade em locais de punção;
  • Plegia em membro a ser puncionado.

Objetivo: Instalar cateter em trajeto venoso periférico para manutenção de uma via de acesso para infusão de soluções ou administração de medicamentos (contínua ou intermitente).

Materiais Necessários:

  • Bandeja;
  • Garrote;
  • Clorexidina alcoólica 0,5% ou álcool à 70%, quando não houver clorexidina alcoólica;
  • Bolas de algodão/gazes;
  • Cateter intravenoso periférico sobre agulha apropriado ao calibre da veia e rede venosa do paciente (ex: Jelco® nº 24 – 22 em neonatologia/pediatria; Jelco® nº 20 à 14 em adultos);
  • Filme transparente ou fita adesiva estéril para fixação;
  • Luvas de procedimento;
  • Dispositivo a ser conectado ao cateter venoso de acordo com o objetivo da punção (torneirinha, tubo extensor, tubo em “Y”);
  • Material para permeabilização do cateter.

Etapas do procedimento:

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  1. Verificar na prescrição médica: nome do cliente, número do leito, solução a ser infundida, volume, data e horário.
  2. Datar o equipo com o prazo de validade, conforme recomendação da CCIH do hospital.
  3. Identificar o cliente pelo nome completo.
  4. Explicar o procedimento ao cliente e acompanhante.
  5. Higienizar as mãos.
  6. Calçar as luvas de procedimento.
  7. Posicionar o cliente de maneira confortável e adequada à realização do procedimento.
  8. Expor a região a ser puncionada.
  9. Palpar a rede venosa para escolher o local a ser puncionado, de preferência vasos periféricos superficiais de grosso calibre e distante das articulações. Indicadas: cefálica, basílica, mediana, as do antebraço e as do plexo venoso do dorso da mão; sentido distal para proximal.
  10. Escolher o cateter adequado ao calibre do vaso periférico (cateter de menor calibre e comprimento de cânula).
  11. Não utilizar cateter periférico para infusão contínua de produtos vesicantes, nutrição parenteral com mais de 10% de dextrose ou para qualquer solução com osmolaridade acima de 900 mOsm/L.
  12. Prender o garrote acima do local escolhido (não colocá-lo sobre as articulações).
  13. Pedir ao cliente para abrir e fechar a mão e, em seguida, mantê-la fechada.
  14. Fazer a antissepsia da área usando algodão/gaze embebido em clorexidina alcoólica 0,5%, com movimentos no sentido do retorno venoso ou circular do centro para fora.
  15. Não tocar o sítio de inserção do cateter após aplicação do antisséptico.
  16. Aguardar a secagem espontânea do antisséptico antes de proceder à punção.
  17. Limitar a duas tentativas de punção periférica por profissional e, no máximo, quatro no total.
  18. Tracionar a pele do cliente (no sentido da porção distal do membro) com a mão não dominante, posicionando o dedo polegar cerca de 2,5 cm abaixo do local selecionado para a punção.
  19. Informar ao cliente o momento da punção, solicitando que faça uma inspiração profunda.
  20. Utilizar um novo cateter periférico a cada tentativa de punção.
  21. Inserir a agulha com o bisel voltado para cima, até observar o refluxo do sangue.
  22. Retirar o mandril quando puncionar com cateter sobre agulha, fazendo pressão acima da ponta do cateter com o indicador da mão não dominante.
  23. Soltar o garrote e solicitar ao cliente para abrir a mão.
  24. Adaptar a conexão de duas vias ao cateter.
  25. Testar a permeabilidade do sistema. Observar se não há formação de soroma local.
  26. Fixar o cateter à pele do cliente, utilizando película transparente estéril de maneira que fique firme, visualmente estético e que não atrapalhe os movimentos.
  27. A cobertura para cateter periférico deve ser estéril, podendo ser semioclusiva (gaze e fita adesiva estéril) ou membrana transparente semipermeável.
  28. Utilizar gaze e fita adesiva estéril apenas quando a previsão de acesso for menor que 48 horas. Caso a necessidade seja maior que 48 horas não utilizar gaze devido risco de perda do acesso durante sua troca.
  29. Identificar no próprio curativo do cateter o dia e hora da punção, o responsável pela mesma e o calibre do cateter utilizado.
  30. Colocar o cliente em posição confortável.
  31. Recolher o material utilizado, desprezar o lixo em local adequado.
  32. Retirar as luvas de procedimento.
  33. Higienizar as mãos.
  34. Realizar as anotações de enfermagem no prontuário do paciente.
  35. Proteger o sítio de inserção e conexões com plástico durante o banho.

Orientações Gerais:

Envolve a seleção de um dispositivo para venopunção e um local de inserção dependendo: 

  • Do tipo de solução a ser utilizada;
  • Da frequência e duração da infusão;
  • Da localização de veias acessíveis;
  • Da idade e do estado do paciente;
  • E, sempre que possível, serão levadas em consideração as preferências do paciente. 

Riscos do Procedimento:

  • Dor aguda (explicar que essa dor é transitória);
  • Punção de nervo (basta retirar o cateter);
  • Punção de artéria (basta comprimir o local com gaze ou algodão secos por alguns minutos).

 

 

Em colaboração com Juan Carlos Silva Araujo¹

¹Enfermeiro (EEAN/UFRJ) •Especialista em pediatria (IFF/FIOCRUZ) • Especialista em preceptoria no SUS (IEP/HSL) • Mestre em enfermagem (EEAN/UFRJ) • Enfermeiro da UTI pediátrica do HUPE/UERJ e do IPPMG/UFRJ • Docente do curso de graduação em enfermagem das Faculdades São José.

Referências bibliográficas:

  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.
  • Harada JCS, Pedreira MLG. Terapia intravenosa e infusões. São Paulo: Yendis Editora, 2011.
  • Ministério da Saúde (BR). Hospital Federal de Bonsucesso. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Manual de Controle de Infecção Hospitalar. 2010.

Autoria

Foto de Camila Tenuto

Camila Tenuto

Enfermeira (EEAAC/UFF) • Especialista em Terapia Intensiva Neonatal (IFF/FIOCRUZ) • Especialista em Terapia Intensiva (UNYLEYA) • Discente do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (EEAAC/UFF) • Enfermeira rotina do CTI Geral (HUPE/UERJ)

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