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Pneumologia2 junho 2017

VNI/BiPAP – Alta por exacerbação do DPOC diminui o risco de reinternação? [vídeo]

Ensaio avaliou o efeito da ventilação não invasiva domiciliar + oxigenoterapia no tempo de readmissão ou morte em pacientes com hipercapnia persistente após exacerbação aguda da DPOC.

Por Juliana Festa

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por exacerbações recorrentes que podem causar períodos intermitentes de deterioração clínica grave que requerem hospitalização e suporte ventilatório. Embora o tratamento de pacientes com DPOC e insuficiência respiratória aguda com ventilação não invasiva melhore os resultados, a hipercapnia persistente após uma exacerbação está associada com excesso de mortalidade e re-hospitalização precoce.

Publicado recentemente no JAMA, um ensaio clínico randomizado, de fase III, multicêntrico, conduzido no Reino Unido avaliou o efeito da ventilação não invasiva domiciliar mais oxigenoterapia no tempo de readmissão ou morte em pacientes com hipercapnia persistente após exacerbação aguda da DPOC.

Foram incluídos pacientes com hipercapnia persistente (PaCO2>53 mmHg) 2 a 4 semanas após a resolução da acidose respiratória, que foram recrutados em 13 centros do Reino Unido entre 2010 e 2015. Obesidade (índice de massa corporal > 35), síndrome da apneia obstrutiva do sono ou outras causas de insuficiência respiratória foram considerados critérios de exclusão.

No total, foram avaliados 116 pacientes, 59 pacientes randomizados para o oxigênio domiciliar e 57 para oxigênio domiciliar mais ventilação não invasiva domiciliar. A média de idade foi de 67 anos e 53% era do sexo feminino. Sessenta e quatro pacientes (n=28 em oxigênio domiciliar; n=36 em oxigênio domiciliar mais ventilação não invasiva domiciliar) completaram o período de estudo de 12 meses.

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A mediana do tempo para readmissão ou morte foi de 4,3 meses (variação Interquartil [IQR]: 1,3 a 13,8 meses) no grupo oxigênio domiciliar mais ventilação não invasiva domiciliar versus 1,4 meses (IQR: 0,5 a 3,9 meses) no grupo de oxigênio domiciliar, com um hazard ratio ajustado de 0,49 (intervalo de confiança [IC] 95%: 0,31 a 0,77; p=0,002).

O risco de readmissão ou morte em 12 meses foi de 63,4% no grupo de oxigênio domiciliar mais ventilação não invasiva domiciliar versus 80,4% no grupo de oxigênio domiciliar, redução do risco absoluto de 17,0% (IC 95%: 0,1% a 34,0%). Aos 12 meses, 16 pacientes evoluíram ao óbito no grupo oxigênio domiciliar mais ventilação não invasiva domiciliar versus 19 no grupo oxigênio domiciliar.

Uma análise utilizando a pontuação do Severe Respiratory Insufficiency Questionnaire indicou melhora na qualidade de vida relacionada à saúde na terapia de oxigênio domiciliar mais grupo de ventilação não invasiva domiciliar em 6 meses.

Com base nos resultados descritos, o estudo mostrou que a adição de ventilação não-invasiva domiciliar a terapia de oxigênio melhora os desfechos em pacientes com DPOC grave e hipercapnia persistente após a hospitalização.

Veja também: ‘Você sabe diagnosticar a DPOC?’

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