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Cardiologia17 fevereiro 2025

Tratamento anti-hipertensivo: como podemos medir e melhorar a adesão do paciente?

Os cardiologistas Isabela Abud e Lucas Lentini analisam como melhorar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo e os desafios da hipertensão, uma condição amplamente conhecida.

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mantecorp Farmasa de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

Introdução

A hipertensão é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, cerca de 32% dos adultos são hipertensos, e essa prevalência aumenta significativamente com a idade. Apesar de ser uma condição amplamente conhecida, a adesão ao tratamento anti-hipertensivo continua sendo um desafio significativo.

Desafios na adesão ao tratamento

A adesão ao tratamento anti-hipertensivo é crucial para prevenir complicações graves, como doença coronária, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, muitos pacientes, especialmente os idosos e aqueles com polifarmácia, enfrentam dificuldades em seguir o tratamento prescrito. A falta de sintomas visíveis muitas vezes leva os pacientes a subestimarem a importância da medicação.

Avaliação da adesão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define adesão como o grau em que o comportamento de uma pessoa, como tomar medicamentos, seguir uma dieta ou mudar seu estilo de vida, corresponde às recomendações acordadas com um prestador de assistência à saúde. A adesão pode ser dividida em três componentes principais: início, implementação e descontinuação.

Métodos de avaliação

1. Questionários: São fáceis de aplicar, mas podem ter baixa acurácia devido à tendência dos pacientes de superestimarem sua adesão.

2. Contagem de comprimidos: Avalia a frequência com que o paciente retira a medicação na farmácia ou conta o número de comprimidos utilizados em um determinado período.

3. Monitores eletrônicos: Mais acurados, mas caros e podem não refletir a realidade se o paciente não tomar a medicação conforme indicado.

4. Sensores digitais: Biodegradáveis e registram o momento da ingestão da medicação, mas requerem dispositivos específicos e software instalado no smartphone.

5. Dosagem de níveis séricos: Detecta a medicação na corrente sanguínea ou urina, mas pode ser enganado se o paciente tomar a medicação apenas antes do exame.

Estratégias para melhorar a adesão

Educação do paciente

A educação é fundamental para melhorar a adesão ao tratamento. Informações sobre a doença e o tratamento devem ser individualizadas e reforçadas no momento do diagnóstico. Intervenções motivacionais também podem ser eficazes.

Simplificação do tratamento

Simplificar o regime de medicação pode facilitar a adesão. Combinações fixas de diferentes medicações em um único comprimido são ideais. Existem diversas combinações de medicações anti-hipertensivas que facilitam o tratamento, como IECA ou BRA associados a bloqueadores de canal de cálcio ou diuréticos.

Monitoramento e suporte

1. Automonitoramento da pressão arterial: Pacientes que monitoram sua pressão em casa tendem a ser mais aderentes ao tratamento.

2. Lembretes e suporte tecnológico: Ligações telefônicas, mensagens de texto e aplicativos de celular podem ajudar a lembrar os pacientes de tomar a medicação.

3. Disponibilização de medicações: Fornecer todas as medicações de uma vez pode melhorar a adesão.

Considerações finais

O manejo da hipertensão é desafiador, especialmente em pacientes com comorbidades e polifarmácia. Avaliar a adesão ao tratamento e implementar estratégias para melhorá-la são passos cruciais para o sucesso terapêutico. A educação do paciente, a simplificação do regime de medicação e o uso de tecnologias de suporte são ferramentas valiosas para alcançar uma melhor adesão e, consequentemente, melhores desfechos clínicos.

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Referências bibliográficas

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