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Há pouco tempo publicamos uma reportagem sobre a diretriz britânica de intubação orotraqueal na terapia intensiva. Assim como outras fontes da literatura, a sequência rápida de intubação é o método recomendado para a maioria dos pacientes e consiste em:
- Preparo do equipamento, com no mínimo duas técnicas diferentes para acessar via aérea
- Posicionamento
- Pré-oxigenação
- Pré-tratamento
- Paralisia com indução
- Pressão cricóide
- Posicionamento e confirmação do TOT
- Pós-intubação
O fentanil é um dos agentes farmacológicos recomendados no pré-tratamento. É utilizado em doses inferiores à anestesia geral, com objetivo de reduzir a resposta cardiovascular exagerada e o aumento da pressão intracraniana. Contudo, está associado com eventos adversos, como depressão respiratória e tórax rígido. A hipotensão também é um efeito temido. O fentanil pode reduzir a atividade simpática que está sustentando a pressão arterial!
Em um estudo recente, pesquisadores japoneses avaliaram 466 pacientes intubados na emergência e compararam os grupos que fizeram ou não uso de fentanil, fazendo a análise estatística para compensar os fatores de confundimento. O uso de fentanil foi associado com maior taxa de sucesso na intubação, bem como mais chance de intubar na primeira tentativa. Contudo, o risco de hipotensão foi maior, isso mesmo nos pacientes com PA sistólica basal > 90 mmHg. Por outro lado, o hipnótico mais utilizado foi o midazolam (60%), não havendo uso de etomidato, o que pode ter potencializado a hipotensão.
O que fazer? O fentanil não está proscrito! Pelo contrário. O que é importante é você estar atento a esta complicação e se antever, fazendo boa reposição de salina e deixando uma amina de stand by em caso de hipotensão grave.
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Referências:
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