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Terapia Intensiva17 março 2017

Quais medidas reduzem mortalidade na SARA?

Estudo avaliou o impacto de um protocolo de ventilação mecânica do departamento de emergência sobre os desfechos clínicos em pacientes com SARA.

Por Juliana Festa

A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) ou Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é definida como uma síndrome de insuficiência respiratória de instalação aguda, caracterizada por infiltrado pulmonar bilateral à radiografia de tórax, compatível com edema pulmonar; hipoxemia grave; pressão de oclusão da artéria pulmonar <18 mmHg ou ausência de sinais clínicos ou ecocardiográficos de hipertensão atrial esquerda; presença de um fator de risco para lesão pulmonar.

Não existem dados suficientes para determinar se ventilação com volume-controlado ou pressão-controlada diferem em seus efeitos sobre a morbidade ou mortalidade de pacientes com SDRA.

Um estudo quase-experimental “antes e depois” foi conduzido por Fuller e colaboradores com o objetivo de avaliar o impacto de um protocolo de ventilação mecânica do departamento de emergência sobre os desfechos clínicos e adesão à ventilação pulmonar em pacientes com SDRA.

Todos os pacientes ventilados mecanicamente de um centro acadêmico foram avaliados. O tempo médio (± desvio padrão) para o início da SDRA foi de 1,8 ± 1,7 dias.

O estudo incluiu um período de pré-intervenção (setembro de 2009 a janeiro de 2014), um período de 6 meses quando a ventilação pulmonar foi implementada no departamento de emergência e um período de intervenção (outubro de 2014 a março de 2016).

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Foram analisados 229 pacientes (n=186 no grupo pré-intervenção; n=43 no grupo intervenção). No departamento de emergência, a intervenção foi associada com alterações significativas no volume corrente, pressão positiva expiratória final, frequência respiratória, administração de oxigênio e elevação da cabeceira da cama (p<0,01 para todas as comparações).

Foi observado uma redução no volume corrente de 8,1 mL/kg de peso corporal previsto (7,0-9,1) para 6,4 mL/kg de peso corporal previsto (6,1-6,7) e um aumento na ventilação pulmonar de 11,1% para 61,5% (p<0,01). A intervenção foi associada com redução da mortalidade de 54,8% para 39,5% (odds ratio: 0,38; IC 95%: 0,17-0,83; p=0,02) e aumento de 3,9 dias nos dias sem ventilador (p=0,01).

Este estudo envolvendo pacientes ventilados mecanicamente com SDRA demonstra que a implementação de um protocolo de ventilação mecânica no departamento de emergência é viável e está associada com melhores desfechos clínicos.

Referência:

  • Fuller BM, Ferguson IT, Mohr NM, Drewry AM, Palmer C, Wessman BT, et al. A Quasi-Experimental, Before-After Trial Examining the Impact of an Emergency Department Mechanical Ventilator Protocol on Clinical Outcomes and Lung-Protective Ventilation in Acute Respiratory Distress Syndrome. Crit Care Med. 2017;1–8.

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