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Terapia Intensiva31 maio 2025

O sexo influencia na mortalidade por sepse pediátrica?

Revisão sistemática teve por objetivo verificar possíveis diferenças, relativas ao sexo, na mortalidade global por sepse pediátrica em 28-30 dias
Por Redação Afya

A sepse é uma importante causa global de óbitos entre crianças, sendo responsável por mais de 3 milhões de mortes anuais, sobretudo entre países subdesenvolvidos, de forma que a sua melhor compreensão tende a auxiliar nas medidas de mitigação.  

A literatura médica tem apontado, de forma consistente, o sexo masculino como um fator de risco para a sepse pediátrica, sendo um dos fatores biológicos aventados uma resposta de células T CD4+ mais exuberante entre meninas, mas há enorme lacuna em relação ao desfecho bruto de mortalidade. 

Uma revisão sistemática e meta-análise — publicada em março de 2025 no periódico Critical Care Explorations — teve por objetivo verificar possíveis diferenças, relativas ao sexo, na mortalidade global por sepse pediátrica em 28-30 dias.   

Foram incluídos estudos controlados randomizados (<0,1%), coortes prospectivas (6,6%) e coortes retrospectivas (93,2%) publicados entre 2005 e 2022, extraídos das bases de dados Medline e Embase e que contemplassem dados sobre sepse/sepse grave/choque séptico e mortalidade, limitando-se à faixa etária abaixo dos 18 anos. 

Um importante fator de exclusão foi a sepse neonatal.  

A amostra foi constituída por 426.163 pacientes (53% do sexo masculino) oriundos de 124 estudos, sendo as principais comorbidades as doenças neuromusculares (7,8%), oncológicas (6,3%), cardiovasculares (4%), renais (3,7%) e hematológicas (2,4%), .  

Observou-se que a mortalidade entre os indivíduos do sexo masculino superou a do sexo feminino em 0,5% (IC 95%: 0,001 a 0,99, P = 0,049): 10,8% vs. 10,5%, uma diferença sutil, com intervalo de confiança muito amplo e no limiar da significância estatística.  

As principais limitações do estudo foram a restrição de trabalhos em língua inglesa; a origem retrospectiva da maioria dos dados; a inclusão de uma definição desatualizada no contexto da sepse (“sepse grave”); e a constituição majoritária da amostra (96%) de países desenvolvidos, em uma clara sub-representação dos países pobres e que albergam 85% de toda a casuística e mortalidade atribuída à sepse pediátrica.  

Saiba mais: Critérios atualizados para sepse e choque séptico em crianças

Mudanças na prática  

  • O sexo masculino é um fator possivelmente associado ao aumento de risco de óbito por sepse pediátrica. Entretanto, o tamanho do efeito é muito modesto. De toda forma, são importantes novos estudos para o melhor entendimento dos possíveis motivos subjacentes. Os dados apontados não podem, em absoluto, ser generalizados à população brasileira, tendo em vista que foram oriundos, quase que exclusivamente, de países desenvolvidos.  

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Referências bibliográficas

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