A mesa do ISICEM 2023 sobre desmame ventilatório discutiu vários aspectos da extubação de pacientes na UTI, desde fatores de risco para falha a como otimizar o sucesso em si do procedimento.
A profa. Hayley Gershengorn trouxe fatores de risco não tradicionais para falha na extubação. Vamos acompanhar os principais aspectos levantados. Existem fatores de risco específicos a depender de qual população estamos falando.
Para pacientes de UTI de cirurgia cardíaca:
- A extubação durante a noite parece ser segura!
- Nenhuma informação sobre os riscos associados ao choque persistente.
Para outros pacientes de UTI:
- Extubação durante a noite (VM ≥ 12h): preocupação em relação a piores desfechos associados;
- Extubação com baixas doses de vasopressores provavelmente é segura; doses mais elevadas podem ser prejudiciais!
Na sequência, a profa. Audrey De Jong, da França, e uma das principais pesquisadoras sobre via aérea na UTI, trouxe aspectos sobre a otimização do processo de extubação.
A pesquisadora recentemente publicou na Intensive Care Medicine o artigo “How to optimize extubation”. Boa parte da sua conferência tomou como base tal referência.
Qual teste de respiração espontânea (TRE) devemos utilizar?
Em um trial recente, realizado em pacientes na VM, um TRE em PSV de 30 minutos resultou em uma taxa significativamente maior de extubação bem-sucedida em relação a um TRE em tubo-T de 2 horas, sem aumentar significativamente a reintubação.
O maior sucesso da extubação esteve relacionado a mais pacientes sendo extubados após o TRE com PSV, sugerindo que um TRE menos demandante permite que pacientes graves demonstrem sua capacidade de sustentar a respiração.
Devo reconectar o paciente ao ventilador mecânico após um TRE bem-sucedido antes da extubarção?
De acordo com Dadam et al em publicação no Chest em 2021, reconectar o paciente ao ventilador mecânico após um TRE bem-sucedido, comparado ao processo de extubação direta, não resultou em redução significativa do risco de reintubação em pacientes ventilados mecanicamente,
Análises exploratórias de subgrupos sugerem que a população de pacientes que foram ventilados por mais de 72 horas possam ter algum benefício com a estratégia.
Como realizar a extubação (de acordo com Audrey De Jong)?
- Posição semi-sentada
- Aspiração da cavidade oral e do tubo traqueal
- Ventilar novamente após aspiração
- Remoção do tubo traqueal durante a inspiração, após esvaziar o balão (controverso – ainda não testado durante a inspiração. O racional seria evitar atelectasias.)
- Aspiração da cavidade oral novamente.
Você pode encontrar mais informações neste painel de experts em via aérea.
Confira todas as novidades do ISICEM 2023!
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