A UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) declarou ser possível acabar com a pandemia de AIDS até 2030 se os governos abraçarem os dados, ações e estudos apresentados no relatório “O Caminho que Põe Fim à AIDS”.
Para o órgão, “as respostas ao HIV têm sucesso quando estão baseadas em uma forte liderança política que segue as evidências; enfrenta as desigualdades que impedem o progresso; fortalece comunidades e organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garante financiamento suficiente e sustentável”.
Combate à AIDS
Segundo a UNAIDS, no mundo todo, entre 33 e 45 milhões de pessoas vivem com HIV e o caminho para o controle dessa enfermidade passa pela expansão das ações prevenção e acesso ao tratamento.
A diminuição no número de novas infecções em mulheres e aumento na cobertura de tratamento para pessoas vivendo com HIV diminuíram em 58%, entre 2010 e 2022, a quantidade de novas infecções em crianças. Desde o ano 2000, estima-se que ações para prevenção da transmissão vertical evitaram 3,4 milhões de novas infecções por HIV em crianças.
Programas direcionados a populações mais vulneráveis e um maior acesso a métodos de prevenção obtiveram reduções significativas nos números de novas infecções por HIV. Na América Latina, com o fornecimento de profilaxia pré-exposição (PrEP) para populações-chave houve um aumento de 55% no número de usuários desse método.
A acesso à terapia antirretroviral foi capaz de evitar 20,8 milhões de mortes nas últimas décadas. Esse crescimento no número de pessoas em tratamento se deu principalmente na África subsaariana, Ásia e Pacífico, regiões que comportam aproximadamente 82% de todas as pessoas vivendo com HIV.
Meta 95-95-95
As metas globais 95-95-95 são um conjunto de objetivos: atingir índices de 95% de pessoas que vivem com HIV cientes de seu diagnóstico, e, nesse grupo, que 95% estejam em tratamento; e que 95% de pessoas vivendo com HIV e realizando o tratamento apresentem carga viral suprimida.
Cinco nações da África subsaariana já alcançaram essas metas e a UNAIDS estima que outros 16 países no mundo estejam próximos.
Dificuldades
Desigualdades financeiras, de gênero, estigmas sociais, violência e discriminação são obstáculos ao progresso. Barreiras como a falta de cobertura de serviços de saúde e leis punitivas tornam difícil o luta contra a AIDS, excluindo milhões de pessoas da possibilidade do tratamento.
O compartilhamento de novas tecnologias de prevenção e tratamento também é dificultado. Por exemplo, a PrEP injetável de longa duração, apesar de ter sido objeto de um acordo de licenciamento entre 90 países pode levar anos até chegar aos países e populações necessárias.
De acordo com a agência, em 2022, na Europa Oriental e Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África apenas metade das pessoas vivendo com HIV estavam recebendo o tratamento adequado.
Situação nacional
O Brasil caminha para atingir as metas 95-95-95 (os índices estão em 88-83-95 atualmente), mas enfrenta problemas para expandir o acesso aos recursos de prevenção e tratamento em grupos de maior vulnerabilidade.
Esta notícia foi revisada pela equipe médica do Portal PEBMED.
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