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Saúde4 setembro 2024

Transplante de córnea: em 10 anos fila de espera quase triplica 

Mais de 28 mil pessoas aguardam por um transplante de córnea no Brasil, uma espera que na média estadual pode variar entre 63 e 595 dias

Nesta última segunda-feira (02/09), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) divulgou sua análise dos dados do Sistema Nacional de Transplante (SNT), a avaliação indicou um aumento de quase três vezes no número de pacientes na fila de espera por um transplante de córnea no Brasil. 

Em 2014 eram 10.634 pacientes, agora, em 2024, são 28.937 pessoas aguardando um transplante. De acordo com a entidade esse aumento ainda é consequência do impacto da pandemia de covid-19, que gerou um aumento de 33% entre 2019 e 2020 e afogou o sistema nos anos posteriores. 

Entretanto, a CBO também aponta entre as causas a quantidade insuficiente de doadores para atender a demanda e a necessidade de melhorias na gestão de transplantes. 

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Transplante de córnea: em 10 anos fila de espera quase triplica 

Dados regionais 

O Sudeste possui a maior número de pacientes na espera por um transplante. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram o ranking, contando com por volta de 12,5 mil pacientes, e o Rio tendo apresentado um aumento de 50% em apenas dois anos, entre 2021 e 2023. 

Aumentos expressivos na fila de espera também foram observados em outros estados, o Rio Grande do Sul passou de 52 pessoas em 2019 para 1.299 em 2023, e Pernambuco de 86 para 1.272. Contudo, Ceará e Amazonas tiveram queda no tamanho da fila de espera no mesmo período analisado, 67% e 77% respectivamente. O Ceará também é o estado que apresenta o menor tempo na fila de espera, 63 dias, enquanto Maranhão (595 dias) e Pará (594 dias) são os piores nesse quesito. A média nacional fica em 194 dias de espera para realização do transplante de córnea. 

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Soluções 

Para o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, diferentes pontos devem ser abordados para melhorar a situação da fila de transplantes. O CBO estima que para zerar a fila seria necessário dobrar a capacidade anual de transplantes e aponta que, apesar de todos os estados contarem com times preparados para realização dos procedimentos necessários, a concentração dos especialistas no Sudeste e no Sul indica uma necessidade de distribuição de investimento mais equitativa, com atenção especial para regiões com infraestrutura de saúde ocular mais precárias. 

A entidade também enfatiza a necessidade do fortalecimento de campanhas de conscientização sobre a importância da doação de órgãos como forma de mitigar a tendência de crescimento observada. 

A fila para transplantes e as questões envolvidas serão discutidas também no 68ª edição do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que acontece entre os dias 4 e 7 de setembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília.

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Referências bibliográficas

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