Teste sanguíneo pode aumentar eficácia de rastreio para câncer de pulmão
Artigo publicado na revista Cancer Discovery detalhou um estudo prospectivo de caso-controle que buscou desenvolver e validar um teste sanguíneo para detecção de câncer de pulmão que, quando positivo, seria confirmado por uma tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD).
Sobre o estudo
Os pesquisadores usaram aprendizagem de máquina no desenvolvimento do teste de sangue para analisar fragmentos de DNA e identificar os pacientes que teriam um risco maior de desenvolver câncer de pulmão. Assim, foram selecionadas 958 pessoas com idades entre 50 e 80 e histórico de consumo de tabaco de mais de 20 maços por ano.
Excluiu-se indivíduos em tratamento para câncer no ano anterior, histórico de malignidade hematológica ou mielodisplasia, transplante de órgão, transfusão de hemoderivados dentro de 120 dias após a inscrição, gravidez e participação em outros ensaios.
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Os pacientes selecionados foram divididos em três grupos: com diagnóstico de câncer de pulmão, grupo controle sem diagnóstico de câncer, pacientes com diagnóstico de outros tipos de câncer.
Os pesquisadores treinaram a ferramenta de análise em 576 casos e controles e a validaram utilizando 382 outros casos e controles.
Achados e conclusão dos autores sobre rastreio para câncer de pulmão
O teste atingiu 84% de sensibilidade, 58% de especificidade e 99,8% de valor preditivo negativo. No estudo de validação, os valores de sensibilidade foram consistentes entre as faixas etárias, com maior especificidade em pessoas mais jovens.
Os autores do artigo também estimaram o impacto da implementação do teste através de uma Simulação de Monte Carlo para uma população hipotética de 15 milhões de pessoas. Foram criados três cenários de cinco anos, diferenciados pelo percentual de pacientes elegíveis para rastreio de câncer de pulmão que utilizariam o novo teste.
No cenário base (com menor utilização do teste) seria possível evitar 4.720 mortes, no cenário de baixa utilização, 7.642, e no último cenário com alta utilização da ferramenta 14.264 mortes.
Para os responsáveis pela tecnologia, os resultados obtidos demonstram um teste sanguíneo inovador para avaliação inicial de casos, de bom custo-benefício e capaz de prevenir mortes relacionadas ao câncer de pulmão, mesmo com uma adoção mais restrita. Desse modo, podendo impactar na redução de diagnósticos tardios e mortalidade da doença.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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