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Saúde23 maio 2019

Tecnologia permite estabilização térmica de vacinas antivirais a 40°C

Pesquisadores demonstraram que a vacina pode ser preservada por até três meses a 40°C através de uma secagem emmistura de pululano e trealose.

Por Úrsula Neves

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Nova técnica permite o armazenamento eficaz de vacinas virais a 40°C por 12 semanas. O estudo foi realizado por pesquisadores canadenses e publicado neste mês de maio na revista The Nature.

Como sabemos, a maioria das vacinas atualmente disponível, particularmente a vacina viva, têm a sua eficácia muito prejudicada se não forem armazenadas em uma faixa de temperatura de 2 a 8 ° C em todos os momentos. E essa necessidade vital impõe um grande custo com logística aos programas de vacinação em todo o mundo.

vacina

Estabilização térmica das vacinas

Esse problema é contundente em países em desenvolvimento e áreas remotas, que muitas vezes precisam de infraestrutura de cadeia de frio confiável e/ou acesso a eletricidade confiável. Esses desafios são agravados pela rápida mudança climática global, que aumentou significativamente a disseminação de doenças infecciosas, como malária, dengue e zika.

Portanto, o desenvolvimento de uma plataforma versátil de estabilização térmica para vacinas é uma necessidade urgente, pois aumentaria consideravelmente o acesso a programas de vacinação em áreas com serviços insuficientes e diminuiria significativamente os custos desses programas.

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O que a ciência está trazendo de novo é o desenvolvimento de vacinas termicamente estáveis, que ​​pode aliviar bastante esse problema e, por sua vez, aumentar a acessibilidade a vacinas em todo o mundo. E esse estudo demonstra em detalhes um método simples e econômico para estabilizar vacinas que usam materiais aprovados pela FDA.

Os resultados destes estudos mostraram que a vacina viva atenuada contra HSV-2 reteve a sua eficácia por, pelo menos, dois meses de armazenamento a 40°C, enquanto a vacina inativada contra a influenza foi capaz de reter a sua imunogenicidade por, pelo menos, três meses de armazenamento a 40°C.

Esta descoberta abre um caminho importante para que as vacinas termossensíveis sejam convertidas em vacinas termoestáveis, ​​que não necessitam de refrigeração, contribuindo para a melhoria da implantação de vacinas.

Metodologia

Neste estudo, foi documentado um método simples e de baixo custo para estabilizar termicamente dois vírus envelopados: o vírus Herpes Simplex tipo 2 (HSV-2), que é um vírus de DNA; e vírus influenza A (IAV), que é um vírus de RNA.

O método proposto baseia-se na secagem dos vírus em filme de açúcar feito a partir de uma mistura de pululano e trealose. A trealose é um dissacarídeo comumente usado como agente crioprotetor e estabilizante, enquanto o pululano é um polissacarídeo com boas habilidades de formação de filme, usado na indústria alimentícia para prolongar a vida útil de alimetos.

Além de estarem prontamente disponível por um baixo preço, esses dois compostos também são aprovados pela FDA. Em estudos anteriores, foi mostrado que o uso conjunto de pululano e trealose pode fornecer estabilização a longo prazo para enzimas e bacteriófagos, protegendo-os contra a oxidação e a inativação térmica.

Conclusão

Vacinas contendo vírus com envelope vivo foram escolhidas para este estudo porque são intrinsecamente mais instáveis ​​do que outros tipos de vacinas. Aqui, os pesquisadores demonstraram que a infectividade in vitro destes vírus vivos, e os in vivo imunogenicidade de suas vacinas correspondentes, pode ser preservada por até três meses a 40°C através de uma secagem em uma mistura de pululano e trealose.

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