O Ministério da Saúde deu início na última segunda-feira (8) a duas campanhas de vacinação simultaneamente. A primeira visa imunizar contra a poliomielite crianças menores de 5 anos. Já a segunda vai atualizar a caderneta vacinal dos menores de 15 anos contra diversas doenças.
A iniciativa tem como objetivo reverter as baixas taxas de vacinação no país até o dia 9 de setembro. Cerca de 40 mil postos de vacinação estarão abertos para aplicar as doses das 18 vacinas previstas pelo calendário nacional para essas faixas etárias.
A enfermidade, também conhecida como paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas. A meta é alcançar 95% desse público, que atualmente está abaixo de 50%.
Orientações sobre a poliomielite
O Ministério da Saúde pretende alcançar crianças menores de cinco anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses da vacina contra a poliomielite ou que ainda não tomaram as doses de reforço.
O reforço, previsto pelo Calendário Nacional de Vacinação, é aplicado aos 15 meses e aos 4 anos de idade pela via oral.
Os médicos devem esclarecer aos seus pacientes a importância da imunização e que a falta da Caderneta de Vacinação não é um empecilho para não levar crianças e adolescentes para completar o esquema vacinal.
Segundo orientações do Ministério de Saúde, quem perdeu o documento deve procurar o posto de saúde onde as vacinas foram aplicadas para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via.
Multivacinação de crianças e adolescentes
No caso da campanha de multivacinação, a pasta espera atualizar o esquema previsto pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para crianças e adolescentes menores de 15 anos.
As vacinas disponíveis nos postos de vacinação são: Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba), Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).
Outra observação é que para crianças acima de 3 anos de idade, esses imunizantes poderão ser administrados de maneira simultânea com a vacina contra a covid-19 ou durante qualquer intervalo de aplicação.
Queda vacinal no país
Vale lembrar que o Brasil foi certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como livre da poliomielite em 1994, mas nos últimos anos a vacinação infantil não tem atingido o percentual esperado: acima de 90%.
E em 2016, o país teve o certificado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como país livre do sarampo. Logo em seguida, no entanto, o sarampo voltou com força total. Entre 2018 e 2021, o país contabilizou mais de 40 mil doentes, dos quais 40 vieram a óbito. A Opas retirou o certificado em 2019.
“O número de casos de doenças como hepatite B e meningite correm o risco de aumentar quando há uma baixa cobertura vacinal. Além disso, existe um temor do reaparecimento de doenças controladas, como é o caso da poliomielite. Em 2018 tivemos o retorno do sarampo após a queda da vacinação por tríplice viral. Ademais, os imunizantes diminuem a ocorrência de casos graves e, com a queda da vacinação, poderemos ter mais casos graves, internações e óbitos”, alertou o diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Fabiano Gonçalves Guimarães, que também é professor da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.
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