Estudo observacional retrospectivo, realizado no Reino Unido, sobre um surto de testes positivos para anticorpos anti-MDA5 indicou correlação com infecção por SARS-CoV-2.
Contexto
Entre 2020 e 2022, durante a pandemia de covid-19, a cidade de Yorkshire, com 90% da população vacinada, registrou apenas casos de gravidade média para covid. Contudo, no período, foi detectado um surto de dermatomiosite amiopática.
Foram analisados 60 desses casos positivos para anti-MDA5, com 25 desses pacientes apresentando doença pulmonar intersticial, oito vindo a óbito. De acordo com um dos autores do estudo, Dr. Dennis McGonagle, o perfil clínico dos pacientes, a progressão da doença e o número de mortes o levou a desconfiar da existência de outros fatores.
Estudo
Ao analisar os dados dos pacientes, a equipe de pesquisadores descobriu que os pacientes que apresentavam os níveis mais altos de anti-MDA5 também apresentavam altos níveis de interleucina-15. Adicionalmente, através de mais estudos enzimáticos e padrões de expressões genéticas da covid-19 em comparação com doença pulmonar autoimune e fibrose pulmonar, os autores identificaram um padrão distinto nos casos positivos para anti-MDA5 que surgiu simultaneamente com a circulação do vírus SARS-CoV-2 durante a pandemia de covid-19.
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De acordo com o artigo, isso sugere uma imunopatologia compartilhada com mecanismos conhecidos de doenças pulmonares autoimunes. Assim, os autores batizaram a síndrome de MIP-C (MDA5-autoimmunity and Interstitial Pneumonitis Contemporaneous with COVID-19).
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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