Antibióticos usados na pandemia de covid-19 têm relação com superbactérias
Passados 4 anos desde o início da pandemia de covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre o uso desenfreado de antibióticos em pacientes acometidos com a doença, nos períodos mais acentuados da doença. Segundo a OMS, a medida pode ter contribuído para o crescimento de superbactérias.
Apesar de menos de 10% dos pacientes hospitalizados com vírus terem sido diagnosticados com infecções bacterianas que deveriam mesmo ser tratadas com antibióticos, três a cada quatro receberam o medicamento “por precaução”.
Posicionamento da OMS
A porta-voz da OMS, Margaret Harris, fez questão de frisar que em nenhum momento, ao longo da pandemia, a agência recomendou o uso de antibióticos em nenhum caso de covid-19.
Em comunicado, ela disse ainda que acredita que, por se tratar de uma doença muito nova e com letalidade alta, os profissionais estavam adotando práticas que julgavam adequadas.
Nesse período, o uso de antibióticos na região do Pacífico Ocidental foi de 33%, enquanto nas regiões do Mediterrâneo Oriental e da África foi de 83%. Mesmo tendo sido adotado amplamente, o uso de antibióticos “não melhorou os resultados clínicos para pacientes com covid-19” no período em que foi avaliado.
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Resistência aos antibióticos
A agência descobriu que os antibióticos antibacterianos prescritos com mais frequência em todo o mundo eram aqueles com maior potencial de resistência antimicrobiana aos antibióticos.
O levantamento de dados contou com 450 mil pacientes em 65 países, de janeiro de 2020 a março de 2023. As descobertas foram baseadas em dados da Plataforma Clínica Global da OMS para Covid-19, um banco de dados de dados clínicos anônimos de pacientes hospitalizados com a doença.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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