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Saúde5 novembro 2021

Os perigos diretos e indiretos do tabagismo para a saúde dos ossos

O tabagismo possui relação com cerca de 50 enfermidades, dentre elas a osteoporose. Saiba mais no Portal PEBMED.

Por Úrsula Neves

O tabaco é responsável por cerca de seis milhões de mortes em todo o mundo. No Brasil, estima-se que o tabagismo seja responsável por 200 mil óbitos ao ano.

Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes. E, além disso, envelhecem mais rapidamente. O tabagismo possui relação com 50 outras enfermidades, dentre elas a osteoporose. Quem fuma corre mais risco de desenvolver osteoporose e fraturas ao longo da vida.

De acordo com Charlles Heldan, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), o tabaco atua diretamente sobre as células formadoras dos ossos, inibindo a sua atividade. “Dessa forma, ele causa perda de massa óssea e aumento da possibilidade de fraturas. Além disso, o tabagismo frequentemente se associa ao sedentarismo, o qual tem efeitos muito negativos sobre a saúde dos ossos e dos músculos”, complementou o especialista.

tabagismo

Mais perigos indiretos do tabagismo para o esqueleto

Segundo Débora Egri, mestre e doutora em reumatologia pela Universidade de São Paulo (USP) e que atende na Clínica de Reumatologia Egri e Nishinari, em São Paulo, deve-se considerar fatores diretos e indiretos do tabagismo durante o exame clínico, uma vez que muitos fumantes são menos ativos fisicamente e, muitas vezes, consomem mais álcool e seguem dietas menos saudáveis.

Ademais, fumar traz perigos indiretos para o esqueleto. Esse hábito interfere na degustação e no sabor dos alimentos e pode acarretar em menor ingestão e absorção de nutrientes.

E mais: as mulheres fumantes precisam ficar ainda mais atentas, uma vez que a menopausa é outro fator de risco para osteoporose

“Pacientes do sexo feminino que fumam tendem a ter uma menopausa mais cedo do que as não fumantes, assim como, menor índice de massa corporal e maior prevalência de consumo excessivo de álcool e café. E a união desses fatores, associada ao sedentarismo, aumentam o risco de osteoporose e fratura ósseas”, alertou Débora Egri em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.

A especialista ainda acrescentou que o tabaco altera a proliferação, a diferenciação e a apoptose das células formadoras de ossos, os osteoblastos, promovendo um balanço negativo entre a perda e a formação tecidual.

Outro fator importante é que a nicotina diminui a capacidade de absorção intestinal do cálcio, colaborando para a ocorrência de osteoporose.

Além disso, o fumo retarda a cicatrização afetando toda a cadeia inflamatória do paciente. “A cicatrização dos tecidos e a consolidação das fraturas dependem de fatores locais e sistêmicos. O impacto negativo do tabagismo nesses processos pode ser atribuído a diversos fatores: falta de oxigenação adequada; redução da perfusão tecidual por ação vasoconstritora, reduzindo a nutrição do tecido; alteração das respostas inflamatórias teciduais e sistêmicas; aumento do estresse oxidativo celular; e alteração do metabolismo de colágeno”, esclareceu a reumatologista.

Leia também: Tabagismo: Combinação de medicamentos são eficazes no tratamento?

Orientações aos médicos

De acordo com os profissionais entrevistados, os médicos devem focar nos fatores modificáveis na evolução da osteoporose durante o atendimento aos pacientes:

Alimentação: Orientar a favor da redução de cafeína, do aumento do aporte de cálcio e de vitamina D3, além de reposição hormonal, quando indicada;

Estilo de vida: Estimular a prática de atividades físicas regulares, redução do consumo de álcool e interromper o tabagismo, sempre que possível.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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