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Saúde22 setembro 2022

OPAS faz alerta sobre redução das taxas de vacinação na América Latina

Pelo menos 500 mil crianças brasileiras não foram vacinadas contra a poliomielite, segundo o Ministério da Saúde. O número elevado levou a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a incluir o Brasil na lista dos oito países da América Latina com alto risco de volta da infecção.  Outros países, como a República Dominicana, o Haiti e …

Por Úrsula Neves

Pelo menos 500 mil crianças brasileiras não foram vacinadas contra a poliomielite, segundo o Ministério da Saúde. O número elevado levou a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a incluir o Brasil na lista dos oito países da América Latina com alto risco de volta da infecção. 

Outros países, como a República Dominicana, o Haiti e o Peru, correm um risco muito alto de reintrodução da pólio, em meio à queda na cobertura regional de vacinação contra a doença para 79%, o menor desde 1994. 

poliomielite

Importância das campanhas nacionais

A diretora da OPAS, Carissa Etienne, pediu aos governantes que reforcem urgentemente a vigilância e as campanhas de vacinação de rotina. 

“Passaram-se quase 30 anos desde que as Américas se tornaram a primeira região global a eliminar a pólio por poliovírus selvagem, mas as taxas de vacinação decrescentes, agravadas pela pandemia da covid-19, deixaram muitas de nossas populações desprotegidas. “Não devemos subestimar o poder das vacinas de salvar vidas”, reforçou Carissa Etienne em uma coletiva de imprensa, realizada no dia 21 de setembro. 

Atualmente, o Brasil está em campanha de vacinação contra a enfermidade e, diante da baixa adesão, até o dia 30 de setembro. A campanha nacional contra a pólio busca alcançar crianças menores de cinco anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante e incentivar a aplicação da dose de reforço. 

 Emergência nos Estados Unidos 

Neste mês, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, declarou uma emergência na tentativa de acelerar os esforços para vacinar moradores contra a poliomielite depois que o vírus foi detectado em amostras de esgoto. Casos também foram detectados em Londres, na Inglaterra, e em Jerusalém, Israel.  

A pólio pode causar paralisia irreversível em alguns casos. Embora não haja cura conhecida, três injeções da vacina oferecem quase 100% de imunidade. 

Autoridades de saúde pública disseram que a hesitação sobre vacinas contribuiu para a queda nas imunizações contra a poliomielite, ao mesmo tempo em que a covid-19 causou a pior interrupção na vacinação de rotina em uma geração, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). 

Os Estados Unidos agora se juntam a uma lista de cerca de 30 outros países onde os poliovírus circulantes foram identificados. Já a transmissão endêmica contínua no Afeganistão, na Nigéria e no Paquistão. A falta de sucesso em interromper o pólio nessas áreas remanescentes pode resultar em até 200 mil novos casos a cada ano, dentro de dez anos, no mundo. 

“A vacinação contra a poliomielite é a melhor e mais segura maneira de combater esta doença debilitante, sendo imperativo que as pessoas não vacinadas nestas comunidades estejam em dia com a vacinação imediatamente”, disse o diretor do Centro Nacional do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), José R. Romero. 

Já a OPAS declarou que vem trabalhado em estreita colaboração com os Estados Unidos e emitido alertas para que os estados membros permaneçam vigilantes e tomem medidas para alcançar proativamente as populações não vacinadas com a vacina contra a poliomielite. 

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Referências bibliográficas

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