A Organização Mundial da Saúde publicou, em 1º de dezembro, sua primeira diretriz global dedicada à infertilidade. O documento reúne 40 recomendações para tornar o cuidado reprodutivo mais seguro, acessível e equitativo, em um cenário em que 1 em cada 6 pessoas em idade reprodutiva enfrentará dificuldades para engravidar ao longo da vida.
Apesar da demanda crescente, o acesso ao tratamento permanece limitado em grande parte do mundo e, em muitos países, exames e terapias são financiados diretamente pelo paciente, levando frequentemente a gastos catastróficos. Em alguns contextos, uma única tentativa de fertilização in vitro pode custar o dobro da renda anual de uma família.
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Impacto da infertilidade
Para o diretor-geral da OMS, a infertilidade é “um dos desafios de saúde pública mais negligenciados da atualidade e uma questão central de equidade global”. Segundo ele, milhões de pessoas enfrentam o problema sozinhas, sem acesso a serviços adequados. A OMS recomenda que países adaptem a nova diretriz para ampliar o acesso a cuidados baseados em evidências e financeiramente viáveis.
O documento propõe caminhos clínicos para diagnóstico e tratamento tanto de causas masculinas quanto femininas de infertilidade, orientando desde medidas simples de aconselhamento e identificação do período fértil até terapias mais complexas, como inseminação intrauterina e fertilização in vitro. A diretriz reforça ainda a importância da prevenção, incluindo educação sobre fertilidade em escolas e serviços de saúde, além do enfrentamento de fatores de risco como tabagismo e infecções sexualmente transmissíveis não tratadas.
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A OMS chama atenção também para o impacto emocional da infertilidade, frequentemente associado à ansiedade, depressão e isolamento social, e recomenda que os serviços de saúde garantam suporte psicossocial contínuo.
A implementação das recomendações dependerá da articulação entre governos, sociedades profissionais, organizações da sociedade civil e grupos de pacientes. Para a diretora de Saúde Sexual e Reprodutiva da OMS, o cuidado em infertilidade deve estar fundamentado em igualdade de gênero e direitos reprodutivos. Futuras edições da diretriz devem abordar temas como preservação da fertilidade e reprodução com doadores.
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Autoria

Roberta Santiago
Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.
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