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Saúde5 setembro 2025

OMS inclui agonistas GLP-1 e GIP na lista de medicamentos essenciais

Organização Mundial da Saúde limitou o uso indicado de agonistas GLP-1 e GIP para pacientes com diabetes tipo 2 e comorbidades.
Por Augusto Coutinho

Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua lista de medicamentos essenciais para incluir tratamentos mais atuais para câncer e diabetes. Entre esses medicamentos estão presentes pela primeira vez os medicamentos análogos ao GLP-1 (semaglutida, dulaglutida e Liraglutida) e agonistas do receptor  de GIP (tirzepatida).

Publicada pela primeira vez em 1977, com o intuito de promover melhor acesso a medicamentos em países em desenvolvimento, as Listas de Medicamentos Essenciais da OMS são uma ferramenta de política global para decisões relacionadas à seleção e cobertura universal de medicamentos em todos os sistemas de saúde. “As novas edições das listas de medicamentos essenciais marcam um passo significativo para expandir o acesso a novos medicamentos com benefícios clínicos comprovados e com alto potencial de impacto na saúde pública global”, afirmou a Dra. Yukiko Nakatani, Diretora-Geral Adjunta de Sistemas de Saúde, Acesso e Dados.

Leia também: Novas diretrizes pré-operatórias para agonistas GLP1 e GIP 

Agonistas GLP-1 e GIP

A inclusão dos agonistas GLP-1 e GIP na listagem da OMS havia sido analisada em atualizações anteriores, mas apenas neste ano depois de revisarem diversos estudos sobre os efeitos desses medicamentos  sobre a população alvo, é que os especialistas da organização optaram pela sua inclusão. Contudo, a indicação foi restringida para o uso somente para pacientes diabéticos com comorbidades. Ainda não sendo considerado válido o uso que se tornou o mais popular dessas substância, para emagrecimento de pessoas obesas sem comorbidades.

“O Comitê de Especialistas não recomendou a inclusão de agonistas duplos de GLP-1 e GLP-1/GIP na EML para o tratamento de pessoas com obesidade sem as comorbidades mencionadas acima (diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular estabelecida ou doença renal crônica) devido a evidências limitadas e menos maduras de benefício para desfechos cardiovasculares e mortalidade nessa população e à falta de dados sobre segurança a longo prazo.” relatam os especialistas dentro do relatório

Saiba mais: Guia prático sobre o uso seguro dos agonistas do receptor de GLP-1 no perioperatório

Além disso, para a organização os altos preços desses tipos de medicamentos limitam o acesso daqueles que mais se beneficiariam dos tratamentos. A OMS aponta que seria necessário incentivar a concorrência de genéricos para reduzir os preços e disponibilizar esses tratamentos na atenção primária, e que isso seria essencial para expandir o acesso e melhorar os resultados em saúde.

“Uma grande parcela dos gastos diretos com doenças crônicas não transmissíveis é destinada a medicamentos, incluindo aqueles classificados como essenciais e que, em princípio, deveriam ser financeiramente acessíveis a todos”, disse Deusdedit Mubangizi, Diretor de Políticas e Padrões para Medicamentos e Produtos de Saúde da OMS. “Alcançar o acesso equitativo a medicamentos essenciais exige uma resposta coerente do sistema de saúde, apoiada por forte vontade política, cooperação multissetorial e programas centrados nas pessoas que não deixem ninguém para trás.”

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

Autoria

Foto de Augusto Coutinho

Augusto Coutinho

Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).

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