A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiram alertas para a próxima temporada de gripe, prevista para o fim de 2025 e início de 2026, diante do aumento da circulação do vírus influenza em diferentes regiões do mundo. O avanço tem sido impulsionado principalmente por uma nova ramificação genética do influenza A (H3N2), conhecida como subclado K (J.2.4.1), que passou a se disseminar com mais rapidez no Hemisfério Norte desde agosto.
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De acordo com a OMS, embora a variante esteja se espalhando com maior intensidade, não há evidências, até o momento, de associação com quadros mais graves da doença. Ainda assim, a organização classifica o fenômeno como uma “evolução notável”, especialmente por ocorrer às vésperas do inverno no Hemisfério Norte, período tradicionalmente marcado por maior incidência de infecções respiratórias e pressão sobre os sistemas de saúde. Em países europeus, a temporada de gripe começou mais cedo que o habitual, com aumento da positividade dos testes e predominância do influenza A (H3N2) tanto na atenção primária quanto em hospitais.
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Nas Américas, a Opas alertou para a possibilidade de uma temporada de influenza em 2026 antecipada ou mais intensa. A entidade recomenda reforçar a vigilância epidemiológica, ampliar a cobertura vacinal e preparar os serviços de saúde para um eventual aumento da demanda. O monitoramento deve abranger, além do influenza, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o SARS-CoV-2, com foco no diagnóstico precoce e no manejo adequado dos casos graves.
Apesar da popularização do termo “gripe K” nas redes sociais, especialistas esclarecem que não se trata de um novo vírus, mas de uma mutação esperada do influenza A, conhecido por sofrer alterações genéticas frequentes. O acompanhamento dessas mudanças é realizado pelo Global Influenza Surveillance and Response System (GISRS), rede coordenada pela OMS que reúne mais de 160 instituições em 131 países e integra dados clínicos, epidemiológicos e genômicos.
Subclado K da gripe no Brasil
O novo subclado K do vírus influenza A (H3N2) já foi identificado no Brasil, segundo comunicado divulgado no dia 16 de dezembro por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O primeiro registro ocorreu a partir de uma amostra coletada em Belém (PA), em 26 de novembro, e foi classificado como caso importado, sem evidências de transmissão local até o momento.
Inicialmente analisada pelo Laboratório Central do Pará (Lacen-PA), a amostra foi encaminhada ao IOC, onde o sequenciamento genético confirmou a nova linhagem. O caso envolve uma mulher adulta, estrangeira, procedente das Ilhas Fiji. As informações foram comunicadas às autoridades de saúde, reforçando a importância da vigilância genômica para detectar vírus emergentes e prevenir sua disseminação no país.
Autoria

Roberta Santiago
Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.
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