No dia 30 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a covid-19 será mantida como emergência global em saúde pública e que não vai declarar ainda o fim da pandemia e do estado de alerta causado pelo vírus.
Em pronunciamento, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que vai seguir a recomendação do comitê de monitoramento da covid-19 e manter a doença como emergência global em saúde pública, nível mais alto de alerta da entidade.
“Embora o mundo esteja em uma posição melhor do que durante o pico de transmissão da Ômicron há um ano, mais de 170 mil mortes relacionadas à covid-19 foram relatadas globalmente nas últimas oito semanas”,explicou.
Tedros Ghebreyesus alertou que a vigilância e o sequenciamento genético do vírus diminuíram no planeta, tornando mais difícil rastrear variantes conhecidas e detectar novas variantes. Além disso, os sistemas de saúde lutam contra a escassez e o cansaço dos profissionais de saúde.
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“Vacinas, terapias e diagnósticos foram e continuam sendo essenciais na prevenção de doenças graves, salvando vidas e aliviando a pressão sobre os sistemas de saúde e os profissionais de saúde. A resposta à covid-19 continua prejudicada em muitos países, incapazes de fornecer essas ferramentas às populações mais necessitadas, aos idosos e aos profissionais de saúde”, completou o diretor-geral da OMS”, afirmou Tedros Ghebreyesus.
Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS
O Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI – 2005) sobre a pandemia de coronavírus de 2019 reuniu-se pela décima quarta vez no dia 27 de janeiro de 2023 e emitiu um relatório recomendando que a pandemia continue sendo uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
O Comitê advertiu que são necessárias medidas de saúde pública a longo prazo, pois espera-se que o vírus continue sendo um patógeno estabelecido num futuro previsível. Os técnicos também recomendaram que a OMS, em consulta com parceiros e partes interessadas, desenvolva uma proposta de mecanismos alternativos para manter a atenção global e nacional sobre a covid-19 após o fim da emergência, incluindo, se necessário, um possível comitê de revisão para aconselhar sobre recomendações permanentes no âmbito do RSI.
Ainda foi recomendado à secretaria da OMS que fornecesse uma avaliação das implicações políticas para o desenvolvimento e licenciamento de vacinas, diagnósticos e terapias, caso a emergência termine nos próximos meses.
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O Comitê encorajou a OMS a avaliar e, se necessário, acelerar a integração da vigilância de covid-19 no Sistema Global de Vigilância e Resposta à Influenza.
Foram emitidos sete recomendações temporárias aos estados membros da OMS, que se baseiam em:
- Focar na vacinação e nas doses de reforço;
- Melhorar a notificação de dados à OMS;
- Aumentar o uso e a disponibilidade a longo prazo de vacinas, diagnósticos e terapias;
- Preparar-se para futuros surtos;
- Trabalhar com as comunidades;
- Ajustar as medidas de viagem conforme as avaliações de risco;
- Apoiar a pesquisa para melhorar as vacinas e a condição pós-covid-19
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