Limitada a epidemias esporádicas em poucos países, um surto do vírus Marburg foi confirmado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em Guiné Equatorial.
Trata-se do primeiro surto registrado no país. Até 13 de fevereiro de 2023, foram registradas 9 mortes e 16 casos suspeitos na província de Kie Ntem, sendo 1 caso confirmado como relacionado ao vírus. Os demais permanecem em investigação.
O vírus
O vírus Marburg pertence à família Filoviridae, a mesma a que pertence o vírus Ebola. É um vírus considerado altamente virulento, com uma taxa de letalidade que pode chegar a 88%. Acredita-se que morcegos sejam os reservatórios naturais do vírus e o contágio ocorre por contato com esses animais. A transmissão entre indivíduos ocorre por meio de contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas, superfícies e materiais.
Manifestações clínicas
Os sintomas começam de forma abrupta, com febre alta, calafrios, cefaleia e mialgia. Conforme a doença progride, outros sintomas podem aparecer, como náuseas, vômitos, dor torácica, dor de garganta, dor abdominal e diarreia. Icterícia, pancreatite, perda ponderal, delirium, choque, disfunção hepática, hemorragias maciças e disfunção de múltiplos órgãos podem se desenvolver.
Tratamento e prevenção
Ainda não existem medidas específicas de tratamento ou preventivas para infecção pelo vírus Marburg. Medidas de suporte demonstraram melhora de sobrevida e medidas de precaução, especialmente isolamento de pessoas doentes, são essenciais para interromper a cadeia de transmissão e controlar surtos.
Alguns candidatos a vacinas contra Marburg estão sendo desenvolvidos, ainda com resultados muito iniciais. Especialistas acreditam que é improvável que ensaios clínicos conduzidos em Guiné Equatorial consigam casos o suficiente para determinar a eficácia de alguma vacina antes do controle do surto. Entretanto, informações em relação à segurança e à imunogenicidade podem ser obtidos.
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