Pacientes com asma alérgica grave agora podem contar com mais uma opção de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS): o omalizumabe.
O medicamento é indicado para o controle dos casos graves da enfermidade, quando os sintomas são diários ou contínuos e sem resposta ao tratamento já disponível no SUS.
Uma curiosidade é que em um primeiro momento a equipe da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) não havia identificado evidências científicas suficientes sobre os benefícios do tratamento com o fármaco. Entretanto, durante uma consulta pública, a Conitec recebeu mais de 2.300 mensagens de pessoas que relatavam a melhoria dos sintomas provocados pela doença após o tratamento, como diminuição das crises e a redução da necessidade de hospitalização.
As manifestações apresentadas foram enviadas por especialistas e profissionais de saúde, além de pacientes, familiares e cuidadores. Com essas contribuições, as evidências sobre os benefícios do uso do medicamento foram aceitas pela Conitec, que autorizou a incorporação do fármaco em dezembro do ano passado.
“O omalizumabe atenderá a uma população bem específica, que mesmo recebendo o melhor tratamento atualmente disponível e seguindo corretamente todas as orientações, não consegue controlar a asma e continua tendo crises e, muitas vezes, passando por hospitalizações. Com esse medicamento, espera-se que ocorra a redução das internações, que os pacientes consigam controlar a doença e, consequentemente, melhorem a qualidade de vida”, explica Vânia Canuto, diretora do Departamento de Gestão de Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde.
O remédio é indicado para pessoas acima de seis anos com asma alérgica moderada a grave não controlada, apesar do uso de corticoide inalatório (CI) associado a um beta2-agonista de longa duração (LABA), sendo aplicado por via subcutânea em doses que variam conforme o peso e a gravidade da doença.
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Asma
A asma está entre os problemas respiratórios mais comuns no país, atingindo a cerca de 20 milhões de brasileiros, sendo que entre 5% e 10% dos casos são considerados graves.
A enfermidade é uma causa importante de internações no SUS. Cerca de 350 mil internações hospitalares são registradas anualmente na rede pública, decorrentes de complicações relacionadas à doença. O custo econômico da asma é considerável, tanto em termos de custos diretos (internação hospitalar e medicamentos), como indiretos (tempo de trabalho perdido e morte prematura). A asma grave ou não controlada é responsável pela maior parte da utilização dos recursos de saúde, com custos elevados.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, geralmente associada à hiper-reatividade das vias aéreas e obstrução do fluxo de ar e caracterizada por crises recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse.
Durante uma crise asmática, cuja frequência e gravidade variam de pessoa para pessoa, a membrana que envolve os brônquios se torna edemaciada, o que provoca estreitamento das vias aéreas e reduz o fluxo de ar para dentro e fora dos pulmões. Afeta tanto adultos quanto crianças e é a doença crônica mais comum entre essas últimas.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46216-medicamento-para-tratar-asma-alergica-grave-sera-ofertado-no-sus
- http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2019/Relatorio_Omalizumabe_asma_grave_499_2019_FINAL.pdf
- http://conitec.gov.br/images/Incorporados/Omalizumabe-Asma-final.pdf
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