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Saúde6 dezembro 2019

Obesidade: fatores de risco diferem entre homens e mulheres?

A obesidade está relacionada com dois terços das principais causas de óbitos por doenças não transmissíveis em todo o mundo.

Por Úrsula Neves

Os pacientes obesos não devem se preocupar apenas com doenças como diabetes tipo 2 e cardiopatias. A obesidade está relacionada com dois terços das principais causas de óbitos por doenças não transmissíveis em todo o mundo. E esse risco é diferente para homens e mulheres, conforme indica os resultados do estudo publicado em outubro deste ano na PLOS Genetics.

A professora de endocrinologia da Universidade de Oxford, Cecilia Lindgren, da Universidade de Oxford, é a responsável por esse estudo realizado no Reino Unido.

pés de pessoa com obesidade em cima de uma balança com uma fita métrica na frente

Estudo sobre obesidade

A equipe da docente se debruçou sobre dados de quase 230 mil mulheres e 195 mil homens, conseguindo confirmar que a obesidade contribui para uma lista considerável de enfermidades.

Entretanto, os impactos da obesidade se manifestam de maneira diferente entre os gêneros. Um das descobertas mais interessantes desse estudo é que, embora o diabetes tipo 2 provocado pela obesidade ocorra nos dois gêneros, elas enfrentam um risco mais elevado em relação a eles. Em compensação, eles apresentam mais chances de sofrer com obstrução pulmonar e problemas renais.

Os resultados devem ter implicações diretas no planejamento de estratégias de saúde pública, sugerindo a adoção de diferentes medidas preventivas direcionadas a homens e mulheres.

De acordo com Jenny Censin, um dos pesquisadores, o estudo evidencia o perigo do sobrepeso para a saúde. Além disso, destaca como homens e mulheres experimentam diferentes enfermidades como resultado de suas obesidades.

Para Michael Holmes, que supervisionou o trabalho ao lado de Cecília Lindgren, esses resultados reforçam a necessidade de adoção de medidas de saúde pública para frear essa epidemia global.

Já na opinião da endocrinologista Maria Fernanda Barca, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Sociedade Europeia de Endocrinologia (SEE), estes resultados não trazem muitas novidades, mas reforça a importância dos médicos alertarem os seus pacientes, desde o sobrepeso, sobre os graves riscos que a gordura em excesso traz para, principalmente, os obesos que fumam.

Para ajudar no entendimento dos perigos da gordura visceral no organismo, a especialista imprimiu algumas imagens coloridas da densitometria óssea do corpo inteiro e de alguns órgãos com excesso de gordura, como o fígado, para mostrar aos seus pacientes no momento do atendimento.

“Percebia que muitas pessoas não conseguiam entender quando eu somente explicava as consequências e os riscos da obesidade para a saúde. Então, resolvi mostrar em fotos como ficam alguns órgãos internos com excesso de gordura para elas perceberem a diferença”, conta Maria Fernanda Barca.

Obesidade no Brasil e no mundo

A obesidade é a segunda causa de morte evitável no mundo, perdendo somente para o tabaco. No Brasil, mais metade da população tem excesso de peso e mais de 40 milhões sofrem de obesidade.

Veja também: Lorcasserina: novo medicamento antiobesidade

“O controle do peso desde criança é fundamental. Os pais e a escola têm um papel muito importante em todo esse processo. Em casa, as crianças não devem receber doces por recompensa pelo bom comportamento, por exemplo.

Deve-se evitar relacionar comida como sendo um presente, pois lá na frente, quando essas pessoas estiverem se sentindo frustradas, podem tender a enxergar a comida como algo acolhedor, reconfortante, exagerando na quantidade”, alerta a endocrinologista Maria Fernanda Barca.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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