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Saúde12 abril 2024

O impacto gerado por doenças com consequências neurológicas

Dados mostram uma carga muito maior das consequências neurológicas sobre países mais pobres e em desenvolvimento ao redor do mundo. Saiba mais.

Nova publicação do estudo Carga Global de Doenças (Global Burden of Disease Study – GBD) estimou o impacto sobre a saúde causado por 37 condições diferentes que afetam o sistema nervoso utilizando dados do mundo todo entre 1990 e 2021. Os pesquisadores estimaram a mortalidade, prevalência e anos vividos com incapacidade (YLD), anos de vida perdidos (YLL) e anos de vida ajustados por incapacidade (DALY) por idade e sexo em 204 países. Também foram incluídas informações de morbidade e mortalidade para condições neurológicas cuja perda de saúde ocasionada é diretamente ligada a danos no sistema nervoso central ou periférico.  

Leia também: Dengue: neurologistas alertam para riscos ao sistema nervoso central 

A abrangência do estudo ficou maior ao incluir perdas de saúde neurológicas que são uma consequência da enfermidade e não sua principal característica, como algumas condições congênitas (p. ex., anomalias cromossômicas), condições neonatais (p. ex., prematuridade), doenças infecciosas (p. ex., covid-19, zika), e neuropatia diabética. 

Sequelas neurológicas após quadro de meningite bacteriana

Doenças com consequências neurológicas: achados 

De acordo com o estudo, 3,4 bilhões de pessoas no mundo tinham alguma condição com impacto sobre o sistema nervoso central. Tais condições foram responsáveis por 11,1 milhões de mortes e contribuíram para 168 milhões de YLDs e 275 milhões de YLL. 

O conjunto de condições utilizado no levantamento foi o principal contribuidor para DALYs e YLLs no mundo em 2021, ficando na frente de doenças cardiovasculares (excluindo AVCs, que foram contabilizados no conjunto dessa publicação). 

O impacto sobre DALY de doenças afetando o sistema nervoso foi de 375 milhões em 1990 para 443 milhões em 2021. Contudo, as mortes causadas pelas condições analisados caiaram em 33,6% e a prevalência mundial se manteve praticamente estável, com variação de 1,5%. 

As 10 condições que causaram o maior impacto no conjunto de 37 avaliadas foram: acidente vascular cerebral (AVC), encefalopatia neonatal, enxaqueca, doença de Alzheimer e outras demências, neuropatia diabética, meningite, epilepsia, complicações neurológicas devido a parto prematuro, transtorno do espectro do autismo e câncer do sistema nervoso. O AVC foi a principal doença em 19 das 21 regiões pesquisadas. 

Saiba mais: Sistema nervoso central e periférico: alvos potenciais da covid-19 

Diferenças regionais 

Dados de prevalência e YLD não apresentaram muita variação por região e país pesquisado, mas os números de YLL e DALY mostraram uma enorme diferença entre os países desenvolvidos e regiões de baixa e média renda. 

O DALY da região ocidental da África subsaariana ficou em 8.190,6 por 100.000 habitantes quase quatro vezes maior que o menor índice, na área desenvolvida do pacífico asiático 2.984,6/100.000. O Brasil teve um índice de 4324,6/100.000, acima da média da América Latina que ficou em 4.162/100.000. 

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

Autoria

Foto de Augusto Coutinho

Augusto Coutinho

Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).

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