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Saúde9 dezembro 2022

Novo modelo de estratificação de risco durante a internação

Um estudo com mais de nove milhões de pacientes em seu espaço amostral visou fornecer perfis de risco individualizados na admissão hospitalar.

Por André Aranda

Você já imaginou se pudesse realizar previsões sobre os possíveis eventos adversos que os pacientes podem sofrer ao serem internados? Instrumentos que predizem e calculam riscos estão constantemente sendo desenvolvidos dentro da medicina perioperatória.  

Na edição de dezembro desse ano da revista Anesthesiology foi publicado um estudo com mais de nove milhões de pacientes em seu espaço amostral para fornecer perfis de risco individualizados na admissão hospitalar que podem ajudar a orientar o gerenciamento personalizado de cada paciente. 

Já estamos acostumados com termos como “big data“, “machine learning” e “inteligência artificial” e inúmeras publicações estão explorando os dados do histórico de pacientes para tentar criar ferramentas e melhorar a gestão de risco do hospital. 

A estratificação de risco é bem utilizada em quatro situações diferentes: pesquisa em serviços de saúde, identificar populações que são mais propensas a eventos adversos, guiar decisões de tratamento clínico-cirúrgico e ajudar a manejar os recursos do hospital e o seguimento dos pacientes. 

Já existem duas versões do Risk Stratification Index, sendo a primeira de 2010 e a segunda de 2018.  A nova versão de 2022 utiliza como base de doenças o CID-10, o que facilita o catálogo e a estratificação.  

Dia do Hospital

Métodos

O objetivo primário é validar uma ferramenta que pudesse prever desfechos hospitalares para internações tanto clínicas quanto cirúrgicas. Foram usados como desfechos as internações não planejadas, tempo excessivo de permanência intra-hospitalar e complicações importantes como mortalidade até 90 dias, injúria renal aguda, sepse, pneumonia, insuficiência respiratória e inúmeras complicações cardiovasculares. 

O prontuário do ano anterior de cada um dos pacientes foi compilado juntamente com os dados dos noventa dias seguintes, vinculados às condições prévias dos sujeitos e analisado através de um modelo validado de machine learning. A significância estatística foi definida em p<0,01. Foram excluídos prontuários de pacientes menores de dezoito anos e maiores de 99 anos e prontuários com dados inconsistentes ou incompletos. 

Resultados

Entre 2017 e 2018 houve um total de 9.085.968 pacientes que foram alocados no estudo que corresponderam a um total de 18.899.224 admissões hospitalares. 

Dentro dos dados analisados foram obtidos valores de incidência de insuficiência renal aguda de 5,5%, incidência de sepse de 5,8%, incidência de mortalidade intra-hospitalar de 2,8%, incidência de admissões não planejadas de 28%, incidência de pneumonia de 3,9%, incidência de insuficiência respiratória de 6,3% e incidência de complicação cardiovascular importante de 6%. 

Leia também: Como a tecnologia digital pode ajudar no cuidado aos nossos pacientes?

Mensagem prática

Devemos nos acostumar a utilizar calculadoras e ferramentas variadas para tentar prever quais serão os desfechos dos nossos pacientes. Isso impacta diretamente na qualidade do nosso serviço, nos gastos hospitalares e principalmente na saúde do nosso paciente. Tomar decisões baseadas em uma leitura de uma grande base de dados fortalece a nossa conduta médica.

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Referências bibliográficas

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