A Secretaria da Saúde do Ceará confirmou a detecção da nova variante do coronavírus XFG, identificada por meio do sequenciamento genético de sete amostras coletadas entre 14 de fevereiro e 4 de junho, em Fortaleza. Trata-se da primeira confirmação da sublinhagem no Nordeste. A XFG é classificada como uma Variante Sob Monitoramento (VUM) pela OMS desde 25 de junho, devido ao crescimento na proporção de casos, especialmente na Ásia.
A XFG é uma subvariante recombinante das linhagens LF.7 e LP.8.1.2, ambas oriundas da Ômicron. Todos os casos identificados no Ceará apresentaram sintomas leves, semelhantes a uma síndrome gripal comum. Um dos pacientes teve o vírus detectado após morte por infarto, sem quadro respiratório.
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Vacinação
É importante destacar que a vacinação continua sendo eficaz e que a variante é imunoprevenível com os imunizantes já disponíveis, segundo afirma o secretário executivo de Vigilância em Saúde da SESA. Ele observa ainda que a positividade de testes aumentou de 0% para quase 10% nas últimas semanas, um sinal de atenção, embora ainda sem impacto assistencial.
A maior parte dos casos foi registrada entre adultos de 41 a 60 anos (4), seguidos por idosos (3), crianças (3), adolescentes e jovens (2), e adultos de 21 a 40 anos (1). As amostras foram processadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) a partir da vigilância sentinela hospitalar.
Manifestações clínicas e prevenção
A OMS indica que os sintomas da XFG permanecem semelhantes aos de outras sublinhagens da variante Ômicron do coronavírus: febre, dor de cabeça, tosse, fadiga e dores musculares, além de sintomas inespecíficos como dor de garganta e coriza. Até o momento, não há evidências de aumento da gravidade clínica nem de resistência aos antivirais conhecidos.
Em nota, o Ministério da Saúde e a Secretaria reforçam medidas de prevenção: uso de máscaras em locais fechados ou com aglomeração, ventilação adequada, higienização das mãos e atualização do esquema vacinal — incluindo a vacina bivalente para grupos prioritários.
A vacinação contra a Covid-19 permanece indicada para:
- Bebês a partir de 6 meses e crianças até 5 anos (rotina do PNI);
- Idosos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas (reforço a cada 6 meses);
- Outros grupos vulneráveis a partir de 5 anos (dose anual);
- Não vacinados anteriormente, em qualquer faixa etária, conforme disponibilidade.
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