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Saúde3 dezembro 2025

Mortalidade por AIDS atinge menor nível da série histórica 

Boletim 2025 mostra queda recorde na mortalidade e estabilização dos casos graves, mas revela desigualdades persistentes

O Brasil registrou redução nos casos de aids e na mortalidade pela doença em 2024, mesmo com um leve aumento nas novas infecções por HIV. As informações fazem parte do Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde, que marca os 40 anos da resposta nacional ao vírus e confirma a eliminação da transmissão vertical no país. 

Segundo o documento, foram identificadas 39.216 novas infecções por HIV em 2024, um incremento discreto em relação aos 38.222 registros do ano anterior. Já os casos de aids caíram 1,5%, chegando a 36.955. A mortalidade apresentou a queda mais expressiva: 12,8%, totalizando 9.157 óbitos, o menor número desde o início da série histórica. 

Saiba mais: Congresso da International AIDS Society: Acompanhe todos os destaques 

Para o ministro Alexandre Padilha, o aumento na detecção reflete sobretudo a ampliação da testagem. O fornecimento de testes pelo Ministério subiu de 11 milhões, em 2023, para 17,5 milhões em 2024. “A redução de casos graves e de óbitos demonstra que estamos identificando mais cedo e iniciando tratamento rapidamente. Isso é resultado direto da testagem ampliada nas unidades básicas e no pré-natal”, afirmou. 

Eficácia da terapia 

O boletim também aponta avanços importantes, impulsionados pelo início precoce da terapia antirretroviral, pela supressão viral e pela maior retenção no cuidado. No entanto, persistem desigualdades marcantes entre regiões, faixas etárias e grupos raciais. 

A tendência de envelhecimento da epidemia chamou atenção: pessoas com 50 anos ou mais tiveram aumento proporcional de infecções, especialmente mulheres, cujo percentual subiu de 10,9% em 2014 para 17% em 2024. Entre jovens, a vulnerabilidade permanece elevada — homens de 20 a 29 anos concentraram quase metade dos novos diagnósticos masculinos. Negros representaram 59,7% das novas infecções no país. 

A expansão da prevenção combinada, sobretudo da PrEP, também é apontada como determinante. Desde 2023, o número de usuários cresceu mais de 150%, chegando a 140 mil pessoas em uso contínuo. O avanço contribuiu para intensificar a testagem e identificar infecções em estágios iniciais. 

Leia tambémIAS 2025: Novas recomendações da OMS para tratamento de HIV e PrEP 

Ao completar quatro décadas de enfrentamento ao vírus, o país apresenta sua primeira estimativa acumulada de pessoas vivendo com HIV desde 1980: 1,67 milhão. O Ministério da Saúde destaca que o desafio agora é consolidar os resultados, reduzir desigualdades e ampliar o diagnóstico precoce para garantir acesso pleno ao cuidado oferecido pelo SUS.

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

Autoria

Foto de Roberta Santiago

Roberta Santiago

Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.

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