O Ministério Público abriu uma consulta pública sobre a implementação da vacina contra herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta é oferecer o imunizante para idosos com 80 anos ou mais, e indivíduos imunocomprometidos com mais de 18 anos.
Para participar da consulta pública n° 78 basta preencher o formulário online, que ficará disponível até o dia 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil. Qualquer pessoa pode participar e enviar opiniões e sugestões.
As contribuições serão analisadas pela comissão técnica, que decidirá se a vacina será incorporada ao sistema ou não. Os relatórios técnicos que embasam a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) estão disponíveis para leitura, assim como os relatórios de análise e deliberação do colegiado.
A avaliação da inclusão da vacina vem em um contexto em que os casos de herpes zóster estão aumentando. Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do Ministério da Saúde, via DataSUS, o número de internações por herpes zóster aumentou 10,6% em 2023. Foram 2.600 casos registrados no total. Além disso, no período de 2014 a 2024, foram registradas mais de 3.035 internações que evoluíram para óbito por varicela/herpes zóster com ou sem outras complicações. A faixa etária de maiores de 79 anos foi a mais atingida, com 1.191 vítimas da doença (39,2%).
A herpes zóster é causada pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster) e atinge, principalmente, idosos e pessoas com baixa imunidade. A doença pode gerar complicações graves como a neuralgia pós-herpética (NPH), dor crônica que persiste mesmo após o fim das lesões causadas pelo vírus.
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A vacina contra herpes zóster
O imunizante é formado por uma proteína do vírus varicela-zóster (antígeno gE) combinada a um adjuvante (AS01B), que auxilia o sistema imunológico no reconhecimento e combate ao vírus. É administrada por via intramuscular, em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de dois meses.
Estudos apontaram eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da neuralgia pós-herpética. Já os efeitos colaterais mais comuns foram dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre.
O principal desafio para a implementação da vacina é o alto custo, o investimento necessário seria de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. Para a Conitec, a vacina não oferece benefícios suficientemente significativos para justificar o alto custo para o SUS.
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