O ministério da Saúde divulgou, esta semana, um novo e alarmante boletim sobre a febre oropouche no país. De acordo com os números divulgados, o Brasil tem, hoje, cerca de 5.102 casos da doença, sendo 2.947 deles na Amazônia e 1.528 em Rondônia. O número é seis vezes maior que o registrado em todo o ano passado, quando foram confirmados 832 pacientes com a doença.
Onde estão localizados os casos de febre oropouche?
Outros diagnósticos apontam para a contaminação de pessoas nos estados da Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná.
O que é?
A febre do oropouche é uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
De acordo com o Ministério da Saúde, desde então, casos isolados e surtos vêm sendo relatados no Brasil, principalmente na região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em países próximos, como Argentina, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela e Panamá.
Sintomas
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com outras arboviroses mais comuns, como dengue e chikungunya, e vão desde dor de cabeça, dor muscular e nas articulações até náusea e diarreia. A diferenciação entre as doenças é feita através de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais.
Transmissão
A transmissão é feita por mosquito que, após picar uma pessoa ou um animal infectado, carrega o vírus no sangue do mosquito por alguns dias. Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
- Ciclo silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito conhecido como maruim ou mosquito-pólvora é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
- Ciclo urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
Prevenção
Assim como às outras arboviroses, para evitar a disseminação da febre Oropouche, deve-se eliminar possíveis criadouros do mosquito. Medidas como evitar acúmulo de lixo, limpar terrenos, caixas d’água, cisternas, realizar vistorias para evitar água parada que propicie que os mosquitos depositem os ovos ainda são as mais eficazes no combate à doença.
Veja mais detalhes aqui: Febre de Oropouche e dengue: semelhanças e diferenças
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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