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Saúde8 setembro 2025

Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos de saúde mental no mundo 

OMS destaca que condições que afetam a saúde mental, como ansiedade e depressão, são altamente prevalentes em todos os países  
Por Redação Afya

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais. Condições como ansiedade e depressão são altamente prevalentes em todos os países e comunidades, e afetam pessoas de todas as idades e níveis de renda. Apesar de muitos países incentivarem políticas e programas de saúde mental, a OMS afirma que ainda são necessárias ações globais mais abrangentes para ampliar a promoção da saúde mental. A ansiedade e a depressão causam diversos impactos humanos e econômicos, representando a segunda maior causa de incapacidade de longo prazo e contribuem para a perda de anos de vida saudável. 

Essas afirmações estão dentro de dois novos relatórios da OMS (World mental health today e Mental Health Atlas 2024) que destacam o progresso em relação à saúde mental, porém também alertam para as lacunas existentes no enfrentamento das condições de saúde mental. Os relatórios são ferramentas que pretendem moldar o diálogo global sobre o assunto frente à reunião de Alto Nível das Nações Unidas de 2025 sobre doenças não transmissíveis e promoção da saúde mental e bem-estar que ocorrerá em 25 de setembro de 2025, em Nova Iorque. 

Leia mais: Aspectos da saúde mental a serem trabalhados em hospitais e clínicas  

Prevalência dos distúrbios mentais  

O relatório World Mental Health Today revela que mesmo que a incidência de transtornos mentais possa variar de acordo com o sexo, mulheres ainda são desproporcionalmente mais afetadas. Entre os transtornos, ansiedade e depressão são os tipos mais comuns entre homens e mulheres. 

Segundo o estudo, o suicídio segue sendo um desfecho devastador dos distúrbios mentais. Só em 2021, 727 mil pessoas tiraram a própria vida. Essa é uma das principais causas de morte entre jovens em todos os países e contextos socioeconômicos.  

Esses tipos de distúrbios também impactam a economia. Ainda que os custos com saúde sejam significativos, os custos indiretos — especialmente devido à perda de produtividade — são ainda maiores. Somente a depressão e a ansiedade custam cerca de U$1 trilhão à economia global anualmente. Esses números mostram que há uma necessidade urgente de priorizar o tema, além de buscar ampliar o acesso aos cuidados com a saúde mental e reduzir o estigma.  

Veja também: Manejo da depressão maior e da distimia: o que os guidelines orientam? 

Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos de saúde mental no mundo 

Imagem de Roszie/freepik

O que vem sendo feito em questões de saúde mental?  

A pesquisa Mental Health Atlas 2024 avaliou o estado dos serviços e sistemas de saúde mental em todo o mundo. Desde 2020, os países têm fortalecido as medidas e o planejamento em saúde emocional, com ações como atualização de políticas públicas e aumento do acesso à apoio psicossocial e em saúde mental durante emergências de saúde. No entanto, poucos países adotaram ou aplicaram essas medidas de forma legal, como legislações em saúde mental baseadas em direitos. Segundo o relatório, apenas 45% dos países avaliaram suas leis como totalmente compatíveis com os padrões internacionais de direitos humanos. 

Além disso, outra preocupação é a estagnação de investimentos na área. O gasto público médio em saúde mental permanece em apenas 2% dos orçamentos nacionais de saúde, desde 2017. A disparidade entre os gastos de países de alta e baixa renda também chama a atenção: países de alta renda gastam até US$ 65 por pessoa em bem-estar psicológico, enquanto os de baixa renda gastam apenas US$ 0,04. Em países de baixa e média renda também há a escassez de profissionais formados em psicologia e psiquiatria. 

Os dados do relatório ainda mostram que os cuidados hospitalares continuam muito centrados em hospitais psiquiátricos e quase metade das internações ocorrem de forma involuntária, sendo que mais de 20% delas duram mais de um ano. 

Em relação aos critérios da OMS, 71% dos países atendem pelo menos 3 dos 5 critérios da organização. A maioria dos países relata ter iniciativas de promoção da saúde emocional como desenvolvimento na primeira infância, saúde mental nas escolas e programas de prevenção ao suicídio. Além disso, mais de 80% dos países agora oferecem apoio psicossocial e em saúde mental como parte das respostas a emergências — um aumento significativo em relação aos 39% em 2020. 

Apesar de alguns avanços, a OMS aconselha que os governos intensifiquem os esforços para uma transformação sistêmica dos sistemas de saúde mental em todo o mundo com foco em financiamento equitativo, reformas legais e expansão do cuidado comunitário. 

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Referências bibliográficas

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