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O japonês Tasuku Honjo e o americano James P. Allison foram os ganhadores do Prêmio Nobel 2018 de Medicina ou Fisiologia. O anúncio dos laureados foi realizado nesta segunda (1), em Karolinska, na Suécia. Ambos vão dividir a quantia de 9 milhões de coroas suecas, e cada um vai ficar com o equivalente a cerca de R$ 2 milhões. Honjo e Allison receberam a premiação pela sua contribuição no tratamento contra o câncer, com pesquisas sobre PD-1 e CTLA-4, respectivamente, proteínas que impedem o sistema imunológico de agir contra o câncer.
As duas proteínas, chamadas de checkpoint, agem no bloqueio dos linfócitos T, principais mecanismos de defesa do organismo, fazendo com que o sistema imunológico não reconheça a ameaça. As descobertas de Honjo e Allison levaram à elaboração da terapia com inibidores de checkpoint imunológico, que viria a ser o quarto pilar na luta contra o câncer, formado também por quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
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A pesquisa do imunologista James P. Allison com a CTLA-4 tinha como objetivo desenvolver um medicamento que retirasse o bloqueio que a proteína exerce nas células T para que o sistema imunológico voltasse a reconhecer as células cancerígenas e iniciasse o combate à doença. O primeiro experimento teve início em 1994 e envolveu alguns ratos de laboratório, que tiveram remissão do câncer depois de serem medicados. Em 2010, a terapia com inibidores de checkpoint imunológico começou a ser testada em humanos e o estudo mostrou eficácia do tratamento de pacientes com melanoma, em muitos deles os sinais de câncer simplesmente desapareceram.
O imunologista Tasuku Honjo estudou outra proteína que bloqueava os linfócitos, a PD-1, que também atua no bloqueio das células T, porém por outros mecanismos. O japonês realizou testes em 2012 com terapia com inibidores de checkpoint e constatou que a nova medicação foi eficaz contra vários tipos de câncer, evitando o reaparecimento da doença, e remissão de câncer em alguns pacientes em metástase. Inclusive, os indivíduos apresentaram menos efeitos colaterais em relação ao tratamento contra o bloqueio da CTLA-4.
Atualmente, a terapia com inibidores de checkpoint é amplamente utilizada em pacientes com câncer em estágio avançado. Entre os fármacos mais utilizados estão o nivolumabe e o pembrolizumabe, conforme relatamos na matéria Imunoterapia: avanços no tratamento do câncer.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências:
- https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2018/10/dupla-de-imunoterapeutas-recebe-nobel-de-medicina.shtml
- https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/10/01/james-p-allison-e-tasuku-honjo-sao-os-vencedores-do-premio-nobel-de-medicina-para-2018.ghtml
- https://www.nobelprize.org/uploads/2018/10/press-medicine2018.pdf
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