O Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) continuam em alta em grande parte do país, com destaque para o avanço da influenza A entre adolescentes, adultos e idosos. Em 2025, já foram notificados 83.928 casos de SRAG, sendo 49,4% positivos para vírus respiratórios, com predomínio de VSR (45%), influenza A (22,7%) e rinovírus (22,8%).
Entre as crianças de até quatro anos, o principal agente identificado é o vírus sincicial respiratório (VSR), mas rinovírus e influenza A também contribuem para o aumento das internações. Já entre jovens, adultos e idosos, a influenza A é o principal vírus associado às hospitalizações por SRAG, especialmente em indivíduos a partir dos 15 anos e com maior impacto a partir dos 65 anos.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência de influenza A entre os casos positivos saltou para 38,9%, seguida por VSR (47,3%) e rinovírus (15,9%). Nos óbitos por SRAG com confirmação viral, a influenza A esteve presente em 73,4% dos casos — dado que reforça seu papel na gravidade clínica, especialmente entre os mais vulneráveis.
Cenário nacional e regional
O boletim mostra que 25 das 27 unidades da federação estão em níveis de alerta, risco ou alto risco de incidência de SRAG, com tendência de crescimento sustentado em estados como Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Amazonas e Ceará, entre outros.
As capitais mais afetadas incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte e Maceió, todas com tendência de alta na curva de casos. O Centro-Sul concentra os estados com níveis de incidência de moderado a muito alto, embora alguns locais — como Mato Grosso do Sul, Ceará, Pará e Tocantins — comecem a mostrar sinais de estabilização ou queda.
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Vacinação e prevenção
Diante da escalada da influenza A e sua associação direta com a gravidade dos quadros de SRAG, a Fiocruz reforça a necessidade de vacinação dos grupos prioritários, especialmente idosos, imunossuprimidos, gestantes, crianças pequenas e profissionais de saúde.
A baixa cobertura vacinal pode comprometer a capacidade de contenção dos surtos e aumentar a pressão sobre os serviços de saúde. A vacinação contra influenza é gratuita e disponibilizada pelo SUS, com campanhas ativas em todo o território nacional.
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