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Saúde9 fevereiro 2024

Infância e vaidade: riscos da aplicação de cosméticos na pele de crianças

Especialistas alertam que o uso precoce de produtos cosméticos pode prejudicar a saúde da população pediátrica

A preocupação com a aparência e a vaidade vem atingindo faixas etárias cada vez mais jovens. Crianças, muitas vezes influenciadas pela mídia e pelo ambiente ao seu redor, estão recorrendo a produtos cosméticos para supostamente cuidar da pele e modificar sua aparência. No entanto, especialistas alertam que o uso precoce e indiscriminado desses produtos pode representar riscos sérios para a saúde da pele dos pequenos.

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Conjunto de cosméticos arriscados para aplicação na pele de crianças

Cosméticos para crianças

O crescente mercado de cosméticos infantis oferece uma ampla gama de produtos, desde cremes hidratantes até maquiagens coloridas. No entanto, a pele delicada delas é particularmente suscetível a reações adversas causadas por fragrâncias, corantes e conservantes.

“Como se trata de uma pele mais fina e sensível, os produtos infantis devem conter menos substâncias químicas possível. Mas é preciso ficar atento, pois nem sempre o fato de ter no rótulo ‘infantil’ ou ‘neutro’ indica que ele é bom ou que não vai irritar a pele”, diz a dermatologista Marcela Meissner, que já recebeu um incontável número de crianças com reações diversas, em alguns casos severas, após o uso de cosméticos.

Nesses casos, diz, o passo seguinte, após acolher e tratar a crise aguda dessa paciente, é ter uma conversa franca com a criança e seu responsável a fim de desencorajar o uso de produtos de beleza. “A introdução precoce de cosméticos na rotina de cuidados com a pele das crianças pode criar expectativas irreais de beleza e contribuir para questões relacionadas à autoestima e imagem corporal na infância, inclusive”, afirma.

Marcela recomenda ainda que: “Quando a reversão nessa mentalidade não é mais possível, costumo orientar para a redução de danos. Nesses casos, indico marcas que não fazem uso de substâncias tóxicas, como o chumbo, em suas fórmulas ou até mesmo aquelas desenvolvidas especialmente para crianças.”

De olho no futuro

“Criança tem que ser criança, tem que brincar e manter a pele o mais natural possível. Quanto menos cosméticos a gente usar nessa faixa etária, pensando no bem-estar e na saúde imediata e futura, melhor. Fica a dica”, defende a dermatologista Dra. Adriana Ferraz, que atende o público infantil há mais de 20 anos em seu consultório. Para ela, a maior preocupação está no uso excessivo de cosméticos e nos danos permanentes que ele pode causar nas crianças.

“Algumas dessas substâncias podem causar sensibilizações e quadros alérgicos na pele infantil, que vão desde uma dermatite de contato até uma forma grave de alergia que vai ficando mais forte ao longo da vida”, diz a médica. “Por isso, sempre alerto os pais e mães sobre a importância de checar se os produtos possuem registro na Anvisa, indicando que passaram por testes mais rigorosos”, completa.

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Além dos riscos dermatológicos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, há estudos que mostram que algumas substâncias encontradas em fragrâncias, maquiagens e até filtros solares, podem causar ainda efeitos hormonais ou toxicidade neurológica.

Há quem defenda por completo a suspensão do uso de cosméticos em crianças. Há quem libere, porém com moderação. E também aqueles que estão mais interessados no aspecto social da preocupação com o envelhecendo ser um problema que afeta cada vez mais jovens. No entanto, um ponto é unânime entre pais e profissionais: o melhor skincare que se pode ter continua sendo manter uma rotina regular de higiene, aplicar protetor solar adequado e garantir uma dieta balanceada rica em nutrientes essenciais para a saúde da pele. E isso vale para pessoas de qualquer idade.

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Referências bibliográficas

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