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Saúde25 agosto 2017

Impacto econômico do tratamento com NOACs versus varfarina no Brasil

Na perspectiva do sistema de saúde suplementar brasileiro, um estudo observacional retrospectivo foi realizado com o intuito de analisar o impacto do tratamento com NOACs versus varfarina.

Por Vanessa Thees

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Nos últimos anos podemos observar um crescimento exponencial de agentes anticoagulantes e antiagregantes plaquetários desenvolvidos para uso clínico com finalidade de substituir a heparina, os antagonistas da vitamina K e/ou auxiliar no tratamento da doença arterial coronariana.

As indicações para a terapia anticoagulante permanente incluem a prevenção primária de tromboembolismo na fibrilação atrial e em pacientes com próteses cardíacas, além da prevenção secundária de tromboembolismo venoso e síndromes coronarianas agudas.

A varfarina está bem estabelecida para prevenir e tratar distúrbios tromboembólicos, mas seu uso requer monitoramento frequente devido à janela terapêutica estreita e interação conhecida com vários alimentos e medicamentos que resultam em risco substancial de sangramento.

Novos anticoagulantes orais (NOACs) são mais eficazes do que a varfarina na prevenção de várias condições tromboembólicas, têm menos interações medicamentosas e provavelmente apresentam menos eventos adversos.

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Na perspectiva do sistema de saúde suplementar brasileiro, um estudo observacional retrospectivo foi realizado com o intuito de analisar o impacto do tratamento com NOACs versus varfarina.

A análise incluiu 2.200 pacientes submetidos a procedimentos cardiovasculares e em tratamento com um dos NOACs (apixabana, n=36; dabigatrana n=294; rivaroxabana, n=1.623) ou varfarina (n=247).

O custo total de hospitalização, considerando todos os tratamentos, foi de R$ 125.443,77 (apixabana, R$: 25.197,91; etexilato de dabigatrana, R$ 31.171,43; rivaroxabana, R$ 33.566,90; varfarina, R$ 35.507,53) por paciente.

Em relação à média de permanência hospitalar por tratamento, foi observado que o tratamento com apixabana apresentou o menor tempo em comparação aos demais medicamentos analisados (apixabana, 8,31 dias; etexilato de dabigatrana, 10,28 dias; rivaroxabana, 11,07 dias; varfarina, 11,71 dias).

As porcentagens de eventos adversos foram de 8,3%, 9,5%, 12% e 13% para apixabana, etexilato de dabigatrana, rivaroxabana e varfarina, respectivamente.

Considerando os custos totais de hospitalização, a varfarina parece ser mais onerosa do que os NOACs, especialmente contra apixabana. Dessa forma, o uso de NOACs pode ter potencial para reduzir os custos no sistema de saúde suplementar brasileiro, devido à redução do tempo de permanência hospitalar e menor ocorrência de eventos adversos.

Veja também: ‘Conduta de emergência em sangramentos pelos novos anticoagulantes’

*Esse artigo foi revisado pelo médico Eduardo Moura.

Referências:

  • Ferreira C, Squiassi H, Ed P, Nogueira F, Santana C, Paiva E. Economic Impact of Treatment with Novel oral Anticoagulants Versus Warfarin in Brazilian Private Health System. Value Heal. 2016;19(3):A44.

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